Capítulo 16

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{ Soraya }

Encostada na coluna da parede atrás de mim, perto de uma parede de vidro imensa, eu pude ver o dia amanhecer lentamente. O sol nascia devagar, enquanto a vida começava para tantas outras pessoas lá fora.

Fiquei ali praticamente a noite inteira, não tive forças para ir para casa. Não adiantaria nada, não iria conseguir dormir de qualquer forma.

— Oi.

Enxuguei meu rosto e virei para ver quem me chamava.

— Trouxe um café para você — Fernanda me ofereceu um copo branco médio.

— Eu não consigo tomar ou comer nada.

— Soraya, eu não sou um doce de pessoa igual a minha irmã, não estou pedindo, estou mandando você tomar pelo menos um cafezinho ou vai acabar passando mal. Vai, faz um esforço.

Percebi que ela era igualzinha à Simone.

— Tudo bem, obrigada. Não precisava se preocupar comigo.

— Não foi nada!

— A médica já veio falar mais alguma coisa?

— Não! Essa espera é oque me mata. Preciso ver minha mãe.

— Entendo.

Ela me olhou.

— Não acha melhor ir para casa? Você passou a noite toda aqui, deve estar morta de cansada.

— Cansaço é o menor dos meus problemas agora, Fernanda. Eu só quero ver a sua mãe, só isso. Eu preciso ver com os meus olhos que ela está mesmo bem, preciso tocar nela….enfim, o básico para continuar vivendo — tomei o restante do café que desceu queimando minha garganta.

— É, eu vou custar a entender esse amor todo de vocês, e não que eu goste de você, mas seu estado não está dos melhores,  é melhor que você vá para casa. Olha ai, ainda está toda suja de sangue, claramente cansada, se alguma coisa acontecer, Eduarda liga para você.

— Eu agradeço sua preocupação, Fernanda, mas eu não vou conseguir dormir, dirigir ou comer qualquer coisa, eu prefiro ficar!

Ela respirou fundo, talvez compreendendo que eu não ia sair dali nem arrastada.

— Tá bem! Agora vamos descer?

Se a situação não estivesse tão ruim, eu teria sorrido com a preocupação e o carinho dela, embora eu ainda pudesse ver todo o ódio dela por mim.

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— Maria Fernanda,  certo?— Jeiza perguntou ao se aproximar da mulher de cabelos pretos lisos bebendo água distraidamente.

— Hum, sim. Desculpe.

— Tudo bem! Prazer, Jeiza! — ela estendeu a mão — com essa turbulência toda, mal tive tempo de me apresentar a vocês duas.

— Prazer é meu — ela apertou a mão da mulher — pois é!

Ambas sustentaram o olhar por uns minutos enquanto nem perceberam que ainda seguravam a mão uma da outra.

— Curioso…— Disse Fernanda largando a mão dela.

— Oque?

— Meu namorado tem uma irmã com o mesmo nome que o seu.

Jeiza ergueu as sobrancelhas.

— Curioso mesmo. Apesar de Jeiza não ser um nome tão comum assim.

— Verdade! Você é da equipe de segurança da minha mãe?

— Não, eu sou da segurança da Soraya Thronicke.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora