Capitulo 24

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— Simone, não, não tem o menor cabimento. Cinco mil para estudante, é sério? — Soraya levantou da cadeira.

— Soraya, você nem sequer sentou pra escutar a minha proposta. Pelo amor de Deus, fica difícil conversar com você desse jeito!

— Simone, presta atenção. Você vai tirar dinheiro de onde para fazer essa sua ideia brilhante se tornar realidade? Me fala? E outra, oque vai ter de gente querendo burlar o sistema na tentativa de adquirir esses cinco mil, não será pouco não! — ela disse apoiada na cadeira que antes estava sentada, balançando uns papéis na mão.

— O problema é esse? Pois se for, já inventaram a solução, chama-se organização! Basta organizar, Soraya. Não é tão simples assim burlar um sistema organizado e estruturado.

— E de que organização você se refere? Essa zona que é o país? Simone, pensa comigo, mesmo que as escolas tenham uma ficha de quem já terminou o três anos, quem garante que não vai ter gente falsificando documentos? Quando se trata de dinheiro, minha cara, tudo é possível, ate para coisa errada. Isso tá claro que não vai dar certo! — Insistiu.

— Mas que coisa, você nem sequer leu o documento que eu levei dias para escrever e elaborar, nele eu explico como cada coisa vai funcionar. Até o senado quer aprovar.

A loira passou a mão no rosto em sinal de impaciência e colocou sobre a mesa os papéis que segurava.

— Já percebi que você não vai mudar de ideia nem nessa e nem nas outras que eu avisei que não daria certo, não sei pra que me colocou como vice se não me ouve. Quer saber, faça oque você quiser. Já estou estressada o suficiente. A presidente aqui é você! — pegou a bolsa e saiu batendo a porta.

— Soraya…Soraya.

Bateram na porta.

— Que foi?

— Com licença, Simone. Precisamos ir, você tem uma passeata daqui a pouco, vamos?

— Ah, é! Já tinha me esquecido. Vamos!

Ela pegou a bolsa e os óculos de sol e saiu acompanhada de várias outras pessoas de sua equipe.

[...]

O clima entre as duas não era dos melhores, devido ao alto fluxo de compromissos políticos que ambas tinham de realizar juntas, só acarretando em discussão atrás de discussão.

A passeata que tinham marcada era no centro do Rio de Janeiro, teria início no Palácio da Alerj até a Av Rio Branco. Simone arrastava uma multidão de eleitores pelas ruas, escutando seu nome ser chamado inúmeras vezes. Lá também estavam seus apoiadores, Lula e Janja e companhia.

Lula um pouco mais atrás conversando com uns homens, Simone no meio, Soraya de um lado e janja do outro. A presidente em dado momento tentou pegar uma das mãos de Soraya para levantar em um ato de complicadores, mas a mesma recusou, puxando a mão. Janja, que segurava o microfone que motivava a galera a continuar, viu o ato e pegou a mão de Simone.

— Soraya? — Deborah chamou.

A mulher ainda olhava as duas.

— Soraya, ei — ela estalou os dedos, finalmente ganhando atenção da loira.

— Oi, fala — se aproximou pois o som estava muito alto.

— Depois daqui temos uma live, ok?

— Ok — ela fez um joia com a mão.

— Tá tudo bem entre você e Simone?

— Hã?

— Tá tudo bem entre você e Simone?

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora