Capítulo 48

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Naquele dia, Soraya e Gael marcaram de se encontrar. O combinado era simples: ninguém podia saber, muito menos Simone. Por isso, Soraya saiu na parte da tarde, quando a mesma não estava em casa, estava num compromisso.

O homem a esperava numa praça frente ao Marapendi, condomínio no qual Vera estava naquele momento em seu apartamento.

O carro todo preto de Soraya, estacionou onde o homem estava. Saindo apenas com a chave, ela bateu a porta, dando a volta no automóvel. Carregava uma expressão séria, cabelos presos num rabo de cavalo, uma blusa branca de manga, calça de couro preta e botinhas cano baixo, pretas também.

— Oi — Gael a abraçou.

— Oi, tudo bem?

— Não, tudo péssimo. Soraya, eu continuo achando péssima essa sua ideia. Não acha melhor apenas desmascarar ela?

— Não sou mulher de desistir de um pênalti na cara do gol. Ainda que eu não bata nela, sua irmã vai me ouvir — disse ela tirando os óculos escuros.

— De qualquer forma, vou subir com você, só eu sei o andar e o apartamento, é bom que eu esteja pelo menos do lado de fora, na porta. É prevenindo que se evite algumas coisas — alertou.

— Tá bem, como quiser.

— Então vamos!

Ambos atravessaram a rua daquele bairro tranquilo e cercado de árvores, carros de luxo estacionados à beira do meio fio. Depois de passarem pela rigorosa portaria, Gael pediu para não ser anunciado, e o porteiro, já o conhecendo bem, acatou o pedido.

[...]

— É esse, duzentos e dois. Ainda dá tempo de desistir — alertou Gael na porta do apartamento.

Soraya o olhou e apertou a campainha.

O homem se afastou, indo para a área do elevador ali perto, tentando não ser visto.

Em questão de minutos, Vera abriu a porta, tendo a figura de Soraya parada na mesma. A esposa de Simone tirou os óculos escuros, colocando na cabeça.

— Não vai me convidar para entrar?

A fisionomia de Vera se transformou rapidamente ao ver seu alvo tão desejado.

— Está fazendo oque aqui? Como descobriu meu endereço? — seus olhos fixados em Soraya pareciam de predadores.

Mesmo sem ter sido calorosamente convidada por Vera, Soraya entrou e  bateu a porta com o pé. Dando a outra, a resposta mais sensata e desejada possível, um tapa mais forte e mais bem dado que o primeiro, fazendo a mulher se desequilibrar sobre o sofá.

— Você está louca por acaso? — esbravejou Vera com a mão ainda sobre a ardência na região onde levou o tapa.

— Mais louca do que você, impossível. Mas muito certa do que estou fazendo. Você tentou me matar, sua vaca — Soraya foi para cima dela com todo ódio que lhe cabia, ficando sobre a outra, segurando seu pescoço com as duas mãos, a pressionando contra o estofado.

Vera lutava contra, arranhando os braços de Soraya, enquanto seus olhos pareciam que iam saltar das órbitas, por tamanha pressão feita em sua garganta. Mas sua vulnerabilidade durou pouco, já que as duas caíram do sofá, sob a mesa de centro feita com vidro de proteção, que se partiu em incontáveis estilhaços, cortando Soraya em algumas partes.

— Tentei te matar várias vezes e você não morre sua desgraçada, mas agora você vai morrer. Sabe porque? Por que a Simone é minha — Espumou Vera, de tanta raiva que sentia no ato que enforcava Soraya.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora