Capítulo 27

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{ Simone }

Eu já havia me acostumado com o apartamento de Soraya. O ambiente me fazia bem, ela me fazia bem. Como ela não poderia se sentir suficiente para mim? Ela é tudo para mim, tudo nela me preenche, me satisfaz. Poderia facilmente passar horas do meu dia somente admirando ela fazer qualquer coisa, até a mais simples que fosse.

O silêncio da minha casa me avisou que agora eu morava sozinha, já que Eduarda e Bruna agora moravam juntas e Fernanda já não morava comigo há uns três anos.

Levei minhas malas para o quarto, deixei tudo perto da cama e fui para o meu closet pegar algo pra me trocar.

[...]

Sentada de frente para a ampla janela de vidro que dava total visão da vida lá fora, o olhar de Simone permanecia intacto e frio. Sua expressão séria, os pés apoiados na parede, os cabelos divididos ao meio e a caneca de chá numa das mãos e o colar de Soraya na outra, trouxeram à sua mente inúmeras lembranças que viveu ao lado dela.

[ Lembrança on ]

Assim que entramos numa das salas, ela me abraçou carinhosamente por trás, beijando delicadamente o meu ombro. Repousei meus braços sobre o dela e segurei suas mãos.

— Obrigada pelo presente, meu amor.

Sorri e me virei nos braços delas. Toda vez que trocamos olhares intensos assim, ela consegue me tocar profundamente, pois ali tinha algo que eu não sabia explicar, e talvez passasse a vida buscando uma explicação para tamanha imensidão.

— Me desculpa por aquela bobagem que falei, tá bem? — Olhei para a perfeição do sorriso dela.

— Tudo bem!

— Eu sei que não está tudo bem, a aproximação da Jeiza te incomodou, por isso, te prometo que não vai mais acontecer.

Ela fez que sim com a cabeça para mim.

— Descobri que você com ciúmes é a coisa mais linda — Confessei vendo ela sorrir.

— Isso porque você ainda não me viu brava de verdade com ciúmes!

— Muito brava? — ameacei beijá-la

— Muito…

Eu adorava ser mais baixa que ela, assim o encaixe dos nossos abraços eram perfeitos e sempre me passavam uma ideia de proteção e acolhimento. Acho que nunca vou saber explicar a sensação de sentir o calor dos abraços e do beijo que ela me roubou, me segurando com carinho pela cintura. Fiquei na pontinha dos pés, envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço e acariciando seus cabelos que já passavam do ombro. Oque eu adorava, amava vê-la de cabelo grande, davam uma aparência tão sexy a ela.

No finalzinho do beijo, ela passou a pontinha do nariz no meu e me deu um selinho demorado com um sorriso de boca vermelha.

[ Lembrança off ]

O celular começou a tocar, enquanto ela permaneceu na mesma posição até que o toque parou. Mas em questão de segundos o barulho voltou. Como o aparelho estava pertinho, ela pegou.

— Alô.

— Simone, hoje você tem uma reunião importante, onde você está?

— Em casa! Eu não vou, não estou me sentindo bem! Remarca todos os meus compromissos para depois de amanhã, pode ser? — perguntou com uma voz padrão, meio baixa.

— Não é o ideal, mas tudo bem. Vou dar um jeitinho aqui. Fique bem, se precisar me ligue.

Sem dizer mais nada ela desligou, jogando o celular onde estava antes. Olhou para a mão que ainda estava com a aliança e  pensou se tirava ou não do dedo, era uma decisão difícil,  mas pensando bem, já não fazia mais sentido usar aquilo já que a outra pessoa também não estava mais usando. Então ela tirou, pensando em fazer o mesmo com o colar, mas não teve coragem, por isso deixou lá.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora