Os olhos de Soraya se encheram de lágrimas. Suas emoções conflitaram e sua cabeça ficou confusa. Observando a feição estranha com a qual Simone olhava para ela e depois para Vera, era literalmente de assustar, era como se ela tivesse mudado de personalidade da noite para o dia.
— Definitivamente você não se importa mais com nada relacionado a mim — deu as costas e saiu.
— Aí, vai começar o drama…Soraya — chamou, mas ela já estava saindo devagar passando pelos outros.
Mas aquela atitude de recolocar Vera no posto de antes sem mais nem menos, ultrapassou qualquer limite da tolerância humana. Discretamente, já quase no encerramento da cerimônia, Soraya saiu do lado de Simone, ainda mantendo uma postura firme, indo para uma sala interna do lugar.
Ao fechar a porta, Soraya encostou na mesma e escondeu o rosto nas mãos para chorar. Precisava desesperadamente colocar para fora toda a sua raiva e frustração em forma de lágrimas. Seu peito doía, o coração não estava bem e muito menos a mente.
Caminhou até o sofá e se sentou, abaixando a cabeça.
— É, eu não esperava menos de você!
Soraya levantou o olhar assim que reconheceu a voz. Mas detestou ainda mais quando viu quem era.
— Eu lamento muito que seu plano de tentar me tirar do cargo não tenha dado certo. Como viu, Simone sempre terá a última palavra.
— Vera, sai da minha frente. Ou eu juro que não respondo por mim — ela quase podia sentir o sangue fervendo dentro de suas veias.
— Ódio não me intimida, Soraya.
— Ah, não? — junto com a pergunta, Soraya deu na cara dela o tapa que já desejava a tempos — e agora, intimida? Sua vagabunda.
Vera, ainda parada com a mão no rosto, se virou lentamente de volta para Soraya com um olhar sanguinário.
— Eu vou te matar — Vera tentou revidar, mas Soraya foi mais rápida em segurar seus cabelos e bater com a cabeça dela na parede.
— Me larga — como quem leva, também dá. Vera usou de um gesto que Soraya não teve como reagir: uma força com a qual ela virou o pulso de Soraya.
— Soraya, para com isso — Simone entrou justo na hora.
Presenciando o suficiente para ver apenas o lado de Vera.
— Meu braço…— reclamou, mas ainda com o sangue quente — Tira as mãos de mim, você também. Vocês duas se merecem, isso sim. Acho que a idiota que está sobrando aqui sou eu — disse ela com os olhos pingando lágrimas.
— Você me bateu sem motivos, Soraya — Vitimizou Vera.
— Ah, foi sem motivos? Então agora eu vou te dar motivos — no impulso de ir pra cima de Vera, Simone a segurou com dificuldade, que ela não sabia que Soraya tinha tanta força quando estava movida pela raiva — Você é uma dissimulada, falsa. Você finge ser uma coisa para Simone e outra para mim. Fala, fala pra mim oque foi que você fez com ela para ela estar assim comigo? Fala! Joga seu veneno, sua vagabunda de quinta.
— Oque? Do que você está falando? Eu nunca fiz nada disso, Soraya. Pelo contrário, sempre gostei de você. Você que ultimamente tem criado esses pensamentos sobre mim.
— Meu Deus, como você consegue ser assim? Falsa desse jeito?
— Soraya, chega! Eu não vou permitir esse tipo de comportamento das duas dentro desse gabinete. Não tem criança aqui. Chega!
Simone a soltou, distanciando as duas.
— Só você não enxerga oque ela é de verdade e o que está fazendo com você, Simone — limpou os olhos — a Vera não presta, nunca prestou. E você voltando atrás da nossa decisão, só me magoa — ela não teve vergonha de chorar de verdade — você me machuca quando não me ouve e faz pouco dos meus sentimentos.
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SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]
Fanfiction+18 | Sparks conta o romance temporariamente secreto entre Simone e Soraya, duas amigas de longa data, mas que agora disputam o mesmo cargo; o de Presidente da República. Após árduos debates, gravações, entrevistas particulares e todo o turbilhão de...