Temos um acordo?

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Foram precisos alguns copos de água e longos minutos para que Marta me explicasse o fundamento de sua suspeita, ao final estava tão chocada quanto ela, parece que Estella tinha razão, mais uma vez.

- Tá, suponhamos que ele realmente tenha uma outra família, onde é que eu entro nisso tudo, no que exatamente precisa da minha ajuda?

- É simples, se Sérgio realmente tiver uma segunda família, se ele de fato é pai de um garoto de 2 anos, então não tem mais nada que me prenda nesse casamento, posso entrar com o pedido do divórcio mas, pra isso eu preciso de provas, ele é um advogado, sabe como se safar de acusações, e aí onde você entra, preciso que me ajude a conseguir essas provas, sei que não é problema seu mas, você é a única pessoa que sei que posso confiar.

- E quanto a Carla? - questionei.

- Carla sempre foi meu braço direito dentro e fora da empresa mas, tenho que confessar que não sei se quero que ela se envolva nisso, ela é impulsivo e se for pressionada pode botar tudo a perder, eu preciso de alguém que fique do meu lado e não se deixe influenciar, e você é a única pessoa que consigo pensar, por favor!

- Tudo bem - suspirei - eu ajudo você, mas preciso que me diga exatamente o que quer fazer, e como quer fazer isso, precisamos tomar cuidado.

- Eu sei, ainda estou pensando nisso, na verdade pensei que você poderia me ajudar a encontrar uma forma de fazer isso dar certo.

- É meio complicado, sem sobrenome é quase impossível encontrar alguém nessa imensidão que é Brasília, a menos que... Não, esquece.

- A menos que o que? Pode falar!

- Não, seria loucura, é muito arriscado.

- Me conta, eu digo se é arriscado ou não, vai por mim, conheço bem onde estamos nos metendo.

- Eu ia dizer que, a menos que nós, seguissemos o Sérgio, mas não daria certo, somos muito ocupadas e ele pode desconfiar e...

- Como não pensei nisso antes? - ela interrompeu se levantando - é isso, você é uma gênia, vamos conseguir alguém pra seguir ele, alguém de confiança que ele não desconfie e nem associe a nós.

- Marta! Você ouviu o que eu disse? É arriscado, sem falar que acabou de dizer que sou sua pessoa de confiança,o que reduz à zero a quantidade de pessoas que podem seguir ele, porque eu não vou fazer isso!

- E se a gente contratasse um desses detetives?

- Ele com certeza iria perceber, deve conhecer a maioria deles, e ele notaria se alguém estranho estivesse andando atrás dele, esses detetives não são nada discretos!

- Tem razão...Mas não consigo pensar em nenhuma outra ideia melhor do que essa, se ao menos conhecêssemos alguém de confiança que pudesse fazer isso por nós.

- Bem... Eu conheço - falei embora soubesse que iria me arrepender.

- Sério? Quem?

- Mas já vou adiantando que não sei se ela vai concordar com essa maluquice!

- Não custa tentar não é?

...

Aproveitamos nosso horário de almoço pra encontrar com nossa cúmplice, Micaella marcou em um restaurante no centro, para que ficasse acessível pra nós três.

Quando chegamos ela já estava lá, e pareceu surpresa ao me ver.

- Podia ter me dito que ia trazer sua patroa, eu teria me vestido mas adequadamente - sorriu se levantando pra me cumprimentar.

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