Expondo a verdade

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Me encontrei com a jornalista em uma cafeteria privada, e pedi uma mesa na área mais reservada onde pudéssemos conversar sem que ninguém interrompesse.

- Obrigada por vir - agradeci.

- Eu quem agradeço por confiar em mim, todos os jornalistas estão ansiosos pelo seu pronunciamento, fico feliz que tenha me escolhido!

- Você é a única que conheço que não se deixou levar pelo sensacionalismo. Eu não aguento mais essas notícias tendenciosas sobre a minha vida.

- Prometo que vou manter todo o respeito e profissionalismo, não mudarei uma vírgula sequer do que você disser!

- Obrigada - agradeci novamente - está com tempo?

- Sim, cancelei os meus compromissos da manhã só pra te ouvir - ela disse.

- Ótimo - constatei - Já que querem tanto me ouvir eu vou falar, absolutamente TUDO!

...

Quando voltamos pra casa da minha mãe Vitória estava lá na porta atônita esperando Estella.

- Vitória? O que faz aqui? - Estella quis saber.

- Até que enfim você voltou, preciso da sua ajuda.

- O que está acontecendo? - questionei.

- Eu fiz um acordo com Marta. Ela vai me ajudar a encontrar quem matou meu pai, mas antes precisamos conseguir a guarda do garoto de volta.

- E como pretende fazer isso? - eu quis saber.

- É simples, vamos mostrar que aquele juiz não foi imparcial, que ele agiu movido pelo machismo, os instintos de defender um homem que é tão problemático quanto ele.

- E qual é a parte em que isso é simples? - Estella perguntou - além disso, como vamos provar que foi isso mesmo que aconteceu?

- Você não me conhece Estella? Já tenho meio caminho andado - ela sacou o celular e nos mostrou alguns arquivos - eu busquei o nome completo dele, então encontrei as redes sociais dele e busquei pelos familiares. E aí eu encontrei a folha dele, o nome dela é Adriely, não foi difícil fazer amizade, comecei a seguir ela e puxei assunto como quem não quer nada.

- E então? Descobriu alguma coisa?

- O suficiente pra saber que tem muita coisa podre nesse homem!

- E onde é que eu entro nessa história? - Estella quis saber.

- Eu vou ganhar a confiança dessa garota, e tentar me encontrar com ela pessoalmente. E quando eu conseguir vou precisar da sua ajuda, vamos gravar tudo que ela disser que possa ser usado contra esse cara, depois é só denunciar ele pro Conselho Nacional de Justiça.

- Quando você diz parece tão simples - falei - mas não se esqueça que estamos falando de um homem influente, e não sabemos do que ele é capaz, não quero que coloque minha irmã em risco.

- Fique tranquila, se algo acontecer eu assumo os riscos sozinha, não vai acontecer nada com a Estella.

- Vai se arriscar assim, sozinha? Tá maluca? - Estella protestou.

- Eu não tenho mais nada a perder Estella...eu vivo pra vingar a morte do meu pai, é só por isso que ainda estou aqui.

Aquilo nos pegou desprevenida, acho que nunca notei o quanto Vitória era frágil e estava quebrada, ficamos tanto tempo lidando com nossos próprios monstros que as vezes esquecemos de enxergar os dos outros.

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