Como se fosse o último dia

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Era nosso último dia em Salvador, o último dia na praia e muito provavelmente a última vez que ficaria tão próxima de Marta, algo me dizia que quando aquela viagem acabasse íamos nos distanciar, em parte porque voltaríamos com as obrigações de patroa e secretaria que os protocolos exigiam, em parte porque ela estava confusa.

Por isso, estava tentando manter uma distância segura para evitar que o afastamento doesse menos, mas Marta não estava seguindo o roteiro. Ela se aproximava em toda opurtunidade que tinha, encarava meus lábios, ou tentava contato visual, toque físico, quando não inventava uma forma de me deixar perto dela propositalmente.

Quando achei que ela não poderia inventar mais nada pra me prender próxima a ela, eis que ela me prova que eu estava errada.

- Micaella querida, pode passar o protetor solar nas minhas costas por favor? - ela se aproximou me entregando o vidro - eu até passaria mas, não posso alcançar.

- Eu não sei, porque não pede o Sérgio? - exitei.

- Ele está ocupado - ela disse.

Busquei por ele e o avistei, deitado sobre uma toalha, tomando sol de óculos escuros.

- Não tá não! - constatei o óbvio.

- Por favor Micaella, não é um trabalho difícil e não vai te custar mais que cinco minutos, garanto que é mais fácil do que ser minha secretária - insistiu.

Tomei o protetor da mão dela e suspirei, ela se sentou de costas pra mim, Henrique e Samuel estavam jogando bola com outros garotos mais a frente, quando comecei a passar o protetor ela virou o rosto e sorriu pra mim, ela estava me provocando e era quase impossível resistir, fingi que não vi e continuei fazendo o que ela pediu, mas ela não desistia fácil.

- Pronto! - eu disse e ia devolver o vidro quando ela interrompeu.

- Obrigada mas, será que pode passar na minha bunda? - sorriu - é que eu prefiro que alguém passe, é mais rápido e dá menos trabalho.

Isso era demais.

- Olha Marta, eu não acho que sou a pessoa mais indicada pra isso, além do mais, você pode fazer isso sozinha, sabe como é, não é um um trabalho difícil e não vai te custar mais que cinco minutos, garanto que é mais fácil do que ser minha patroa - plagiei suas palavras.

- Porque eu faria isso se tenho você pra fazer por mim?

- E porque eu faria se você pode fazer sozinha? - desafiei.

- Por favor Micaella, você e eu somos tão próximas, porque nós não deixamos a cerimônia de lado e você me faz esse favor?

- Porque "nós" não dormimos a noite pensando sobre tudo o que aconteceu, porque "nós" sabemos que tudo isso tem consequências e porque "nós" queremos evitar o constrangimento sabendo que amanhã à essa hora tudo isso não vai ser mais do que uma lembrança, uma lembrança boa e feliz, mas apenas uma lembrança.

Ela abaixou o olhar e mudou repentinamente pra uma expressão séria, de tristeza.

- Tem razão, me desculpe Micaella eu não quero dificultar as coisas - ela disse.

Ela fez menção de se levantar mas eu interrompi.

- Tudo bem, já que já estamos aqui acho que posso fazer isso - eu disse - deite-se.

- É sério? Olha Micaella não precisa fazer isso se não quiser.

- Não, tudo bem, sabe quantas pessoas dariam a vida pra tocar no bumbum de Marta Goulart? - disse a fazendo rir.

Ela se deitou de bruços, e eu analisei cada detalhe dela, sua bunda pele era macia, a bunda redonda e durinha, ela tinha celulites e estrias como qualquer mulher existente no planeta, mas me surpreendeu o fato de que pra sua idade ela estava muito bem, melhor do que eu.

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