A vida não é um conto de fadas

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Nunca havia passado pela minha cabeça que fosse reencontrar Vitória através da minha irmã, é o tipo de coisa que parece uma piada de mau gosto da vida.

Fui pra casa pra tomar satisfações com Estella sobre aquela história, apenas pra encontra-la no sofá tomando refrigerante enquanto assistia um programa de comédia.

- Até que enfim, eu já tava cansada de esperar você chegar pra me dar um sermão.

- É, tô vendo que tá mesmo - ergui a sobrancelha encarando ela ela totalmente a vontade no sofá - mas que bom que esperou ouvir.

- Se me deixar explicar vai ver que tudo é mais simples do que você pensa - se dirigiu a mim se ajeitando no sofá e eu me sentei ao lado dela desligando a TV.

- Então explica! - cruzei os braços.

- Tudo bem, por onde eu começo?

- Que tal pela parte que você trouxe a minha ex ficante maluca pra um caso confidencial da vida da minha chefe com quem eu ocasionalmente também tenho um caso? Ou pela parte que ela deve um favor a você, ou quem sabe pela parte de quando você considerou tudo isso uma boa ideia? - disse em tom irônico.

-  Calma! Uma coisa de cada vez - ela suspirou - bom é uma longa história então vou tentar resumir tudo bem?

- Por favor! - insisti.

- Vitória e eu nos encontramos há algumas semanas atrás, na verdade ela quem me procurou, precisava de ajuda pra fugir de um cara tóxico com quem ela acabou se envolvendo.

- E você ajudou? não acredito que se meteu nas confusões dela!

- O que queria que eu fizesse? se acontecesse algo de ruim com ela por eu não ajudar eu jamais iria me perdoar.

- Mas você se arriscou, poderia ter acontecido algo com você, até com nossa mãe!

- Fica tranquila, eu cuidei disso, fiz tudo de forma discreta, levei ela pra pra aquela casa que alugamos pra usar como dispensa, onde guardamos as coisas da confeitaria, é pequena mas, com um colchão e um ventilador foi o suficiente pra uns dias, eu levava comida ou mandava entregarem e lá já tinha um banheiro com água quente, ela sobreviveu bem.

- Por quanto tempo ela ficou lá?

- Por uma semana, até o cara ser preso por assaltar um mercado usando uma arma de brinquedo.

- E a mamãe sabia disso?

- Não, eu preferi não contar, não queria que ela ficasse preocupada, estava tudo sob controle.

- Você só pode ter ficado maluca pra sair por aí colocando qualquer pessoa dentro de uma casa nossa, e não falar sobre isso pra ninguém, nem pra mim.

- Eu ia te contar, mas você já tava com esse dilema com a Marta, achei melhor não te chatear com esse assunto, enfim, assim que ele foi preso ela pode voltar pra casa dela, ela alugou uma, mas ficou me devendo esse favor, afinal nada nessa vida é de graça.

-  chantageou ela?

- Não, eu só disse que ela ia ficar me devendo um favor, já que eu salvei a vida dela e me arrisquei e foi com isso que eu convenci ela a me ajudar com o lance do Sérgio, e fiz ela jurar não abrir o bico do contrário eu entrego ela pra polícia como cúmplice do ex surtado.

- Onde aprendeu a ser tão calculista.

- Com você! A sua antiga versão, alguém tem que fazer isso não é?

- Mas afinal porque ela procurou você e não eu?

- Porque sabia que você não ajudaria, e bem ela tentou mas você não atendeu

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