** Uma semana depois **
Acordo em Nova York. Em meu apartamento, antes mesmo do dia clarear.
Semana passada fiquei trancada em meu quarto do hotel até o dia de voltar.
E tomei uma decisão importante para o dia de hoje, mesmo sendo meu aniversário (SIM MEU ANIVERSÁRIO DE 30 ANOS!), vou focar em apenas uma coisa: encontrar minha mãe.Sinto um nó no estômago ao pensar que vou rever minha mãe depois de tantos anos. Semana passada eu liguei para ela e ela pareceu muito surpresa. Ela está morando ainda em Nova York, mas um pouco mais distante, nos Hamptons, com seu novo marido. Ela me passou o endereço e eu já aluguei meu carro. Não quero que ninguém saiba aonde estou e o que estou fazendo.
Pedi para minha mãe para nos encontrarmos hoje por sentir que seria simbólico para nós duas.Visto meu macacão jeans e uma blusa larga, meus tênis antigos e uma bolsa enorme com tudo que eu tenho guardado durante esses anos. Fotos, cartas, gravações... Quero que minha mãe saiba que ela nunca deixou de ser minha mãe, mesmo quando eu me distanciei.
Desço e vou em direção a locadora de carros, que fica perto do meu prédio. O dia ainda está clareando e Nova York está quieta.
Paro em uma padaria antes para comprar um café para levar durante a viagem.
Vou andando pela rua e vejo o sol nascendo pelo horizonte, entre as árvores.
Pode ser um bom aniversário.
Tem tudo para ser um bom aniversário.Chego até a locadora e pego o carro que já estava reservado.
Sento atrás do volante, ligo o mapa no celular e vou seguindo a estrada.
Uma estrada um pouco longa e sei que saindo cedo posso ficar um pouco sozinha na praia antes de me encontrar com ela. É durante a semana e certamente a cidade está vazia.2 horas de viagem.
Estou em Hamptons.
Vou encontrar minha mãe.
Paro na primeira praia que vejo e desço do carro.
Sinto um enjoo vindo, um nervoso tomando conta do meu corpo.
É culpa minha.
Eu me afastei dela.
Ela deve ter uma imagem triste de mim.
E ela só tentou superar a morte do meu pai da maneira que encontrou melhor para ela.
E eu a culpei.
Eu culpei minha mãe pelo sofrimento que ela sentia.
Sento na areia e lágrimas tomam conta do meu rosto.
Não consigo parar de chorar por aquela jovem Anna, revoltada, que descontou sua raiva e frustração na pessoa que também estava sofrendo.
Ela é minha mãe e eu nunca devia ter me afastado dela.
Enxugo minhas lágrimas e fico observando o mar.
O barulho das ondas me acalmam. Eu amo a praia, eu amo a água, o mar.
Tiro meu tênis e vou em direção a água.
Sinto as ondas em meus pés, as lágrimas caindo pela minha face.
Respiro fundo.
Aonde minha vida vai toda ficar do jeito que eu sempre planejei quando criança?
Eu queria uma família grande, amorosa, queria meu pai, um marido, filhos...
Eu queria amor transbordando.
Eu tenho amor, sei disso.
Tenho Lia em minha vida, tenho Soph, tenho a família de Lia que sempre me acolhem.
Mas eu queria mais.
Queria o que sempre quis.
Hoje vou atrás do amor da minha mãe que eu sempre evitei.
E eu sei que esse amor vai ser reconstruído aos poucos.
Certeza que vai.Volto para o carro e sigo para o endereço que minha mãe me deu. Vou dirigindo e procurando o endereço. Eu não costumo dirigir, nunca fui muito fã de carros e sempre preferi pegar carona com os outros.
Mas precisava vir sozinha.
A única pessoa que sabe que estou fazendo isso é Lia. Ela me apoiou e disse que de noite vai me esperar em meu apartamento para jantarmos.
É isso que quero, meus 30 anos sendo algo muito mais significativo e simbólico do que uma grande festa.
Deu para perceber que festas não me agradam tanto, né?O mapa do meu celular apita avisando que cheguei ao local.
É uma casa branca, grande, com um quintal na frente. Parece uma casa de férias, não que alguém more aqui.
É relativamente perto da praia então a brisa do mar passa pelas janelas do meu carro que estão abertas.
É cedo ainda, mas não tão cedo quanto a hora que sai de casa.
Fico em dúvida se saio do carro ou não.
Encaro o volante e respiro fundo.
É agora.
Vou encontrar a minha mãe.
Solto uma gargalhada sem acreditar no que eu estou fazendo. Depois de todos esses anos tomei coragem e vou ver minha mãe!Saio do carro e vou em direção à porta da casa. Engulo seco. Toco a campainha e espero ser atendida.
Foram alguns segundo até a porta ser aberta mas para mim, pareceu que foram horas, dias, décadas... Uma mulher mais alta, mais velha, mas com o rosto muito semelhante ao meu abre a porta. Ela está com um vestido azul claro e com um bronzeado perfeito. Seus cabelos da altura dos ombros e bem arrumado.
É minha mãe.
Ela abre um sorriso e eu retribuo._ Anna. - Ela fala, com os olhos marejados e me encarando.
_ Mãe.
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𝕌𝕞 ℕ𝕠𝕧𝕠 𝔸𝕞𝕠𝕣 ℙ𝕒𝕣𝕒 𝔸𝕟𝕟𝕒 ✨||✨ 𝕄𝕒𝕥𝕥 𝕊𝕞𝕚𝕥𝕙
Fanfiction𝔸𝕟𝕟𝕒 𝕂𝕖𝕪𝕖𝕤 𝕌𝕞𝕒 𝕗𝕒𝕞𝕠𝕤𝕒 𝕒𝕥𝕣𝕚𝕫 𝕟𝕠𝕣𝕥𝕖-𝕒𝕞𝕖𝕣𝕚𝕔𝕒𝕟𝕒, 𝕢𝕦𝕖 𝕤𝕠𝕗𝕣𝕖𝕦 𝕔𝕠𝕞 𝕤𝕖𝕦 𝕒𝕟𝕥𝕚𝕘𝕠 𝕒𝕞𝕠𝕣 𝕖 𝕡𝕖𝕣𝕕𝕖𝕦 𝕖𝕤𝕡𝕖𝕣𝕒𝕟ç𝕒𝕤 𝕕𝕖 𝕖𝕟𝕔𝕠𝕟𝕥𝕣𝕒𝕣 𝕦𝕞 𝕡𝕒𝕣𝕔𝕖𝕚𝕣𝕠 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕒 𝕧𝕚𝕕𝕒. 𝔼𝕞 𝕦...