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O dia está nublado. É o começo da tarde e estamos todos de preto. Laura disse que mamãe não queria ninguém chorando ou se lamentando no enterro dela, mas é quase impossível.
Estamos eu, Phil e Laura na frente e todas as outras pessoas mais afastadas.
O caixão de minha mãe já está sendo enterrado e Laura está com a cabeça apoiada em meu ombro, chorando, enquanto Phil faz carinho em seu cabeça.
Tudo passou muito rápido desde aquela manhã no hospital. Liguei para Lia, liguei para Soph, liguei para Matt e para Fabien. Chorei em todas as ligações. Sophie não pode vir por conta da sua bebêzinha, mas mandou a mais bonita coroa de flores. Lia, obviamente está atrás de mim e de vez em quando passa a mão em minhas costas para demostrar apoio. Matt e Fabien vieram ontem a noite assim que disse quando seria o enterro.
Agora o caixão de minha mãe está sendo levado para dentro da cripta aonde o pai dela e a mãe também estão. Sempre achei mórbida a questão de ter um lugar reservado para mim quando eu morrer, mas pelo menos não é algo que eu deva pensar agora. Ou será que sim? Enfim, a recepção dos convidados será em meu apartamento e já está tudo organizado.
Todas as amigas de mamãe estão aqui, todos os amigos dela e de Phil fizeram questão de vir até aqui para o enterro, estão devastados. Mamãe era bem querida em sua comunidade. Quando o caixão é trancado em sua cripta, as portas do jazigo de fecham e começamos a caminhar para fora do cemitério, com Laura ainda apoiada em mim.
Entramos em nosso carro com Lia e Phil e vamos para o apartamento.
Chegamos e o clima está péssimo para mim. Aos poucos os convidados vão chegando e enchendo o apartamento e ficam falando histórias sobre minha mãe e relembrando momentos bons com elas, algumas risadas são dadas e eu não consigo me animar. Eu não estive com ela em nenhum desses momentos, eu não convivi com essa parte da minha mãe.
Subo as escadas e vou para o lado de fora. Sento no banco e o céu parece mais nublado ainda.
_ Eu sei, mãe, eu deveria estar lá embaixo, mas não consigo. - Pego um cigarro e acendo. - E me desculpe por descobrir que eu fumo.
_ Nanna? - A voz de Laura surge.
_ Oi. - Falo, escondendo o cigarro.
_ Eu sei que você fuma, não precisa ficar escondendo. - Ela senta ao meu lado.
_ Como você está? - Ouso perguntar.
_ Me conformando. - Ela responde. - Agora tenho papai e você. Ainda tenho minha família. Pego em meu bolso a carta que fiz para ela e entrego.
_ Quero que você leia. - Falo. - E quero que saiba que sempre estarei aqui por você, minha irmãzinha.
Laura lê a carta e fica com os olhos marejados. Ela despeja algumas lágrimas no papel e termina de ler.
_ Eu te amo, Nanna. - Ela fala e me abraça. - Eu sei que estamos pouco tempo juntas, mas eu te amo como uma alma gêmea.
Talvez nós sejamos almas gêmeas mesmo.
Termino meu cigarro e ficamos abraçadas olhando a vista.
_ Mamãe ficaria feliz em nos ver assim. - Ela fala.
_ Ela está vendo, e está feliz.
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Capítulo curtinho só pra não ficarem sem nada nessa semana já que tinha prometido postar!
Calma que muita coisa ainda vai acontecer e só estou dando um contexto pra história da Anna e da Laura acontecer. Elas são irmãs e quero elas bem unidas ❤️
