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_ Anna! – Matt me chama ao lado de fora do banheiro.
Ainda não consegui sair daqui. Parece que todas as refeições que fiz em minha vida querem sair de dentro de mim de alguma forma.
Tento me levantar, depois de alguns minutos me recuperando.
Sinto meu corpo pesado e uma pontada na cabeça.
Abro a porta depois de me recuperar, dar descarga e jogar bastante spray para tirar qualquer odor que tenha ficado.
_ Acho que o café da manhã não me caiu bem. – Falo, me apoiando no beiral da porta.
_ Você deve ter ficado mal pelo calor e o sol. – Matt pega meu braço e envolve em seus ombros, me ajudando a caminhar até o sofá da sala. – Vou pegar água para você. Não se levanta daí.
Matt vai buscar a água e jogo minha cabeça para trás. Me sinto tonta e fraca. Fiquei alguns dias sem comer direito e além disso, peguei sol por alguns minutos, o que não estava acostumada. O que me resta agora é ficar doente.
_ Aqui, trouxe água gelada para você. – Matt se senta ao meu lado e me entrega o copo de água.
Respiro fundo e levanto a cabeça.
Pego o copo de água e tomo aos poucos, mesmo ainda me sentindo mal.
_ Acho que vou ligar para Lia. – Falo para ele, depois de ter tomado toda a água. – Talvez eu esteja com falta de nutrientes por estar me alimentando mal.
_ Talvez seja melhor mesmo. – Ele fala, ainda me encarando.
-
Depois de me recuperar do susto que levei, consegui subir até o meu quarto com ajuda de Matt, que não me deixou sozinha em momento nenhum com medo de eu passar mal novamente. Liguei para Lia e ela marcou um médico para o dia seguinte pela manhã, no primeiro horário.
Matt disse que me acompanharia. Ele brincou falando que seria meu enfermeiro pessoal e que eu poderia pedir o que quisesse.
Eu só queria ficar deitada na cama.
E senti vontade de comer pipoca também.
Ele disse que faria e assistiríamos alguns filmes o resto do dia no fresco do meu quarto.
Fico deitada e escolho toda a saga de Harry Potter para vermos, antes que ele volte com a pipoca já começo a ver e me encolho debaixo das cobertas.
_ Já começou a ver filme sem mim. – Matt entra no quarto com um balde de pipoca e duas latas de refrigerante de uva (que eu pedi especificamente que fosse de uva). – E escolheu sem mim, mas sem problemas.
Ele se deita ao meu lado, coloca o balde de pipoca entre nós dois e me entrega a lata de refrigerante.
Passamos o primeiro filme todo comentando sobre nossas partes favoritas e qual seria nossa casa dentro do mundo de Harry Potter. Matt disse que não tinha certeza entre grifinória e sonserina. Eu afirmei que seria lufa-lufa, o que ele concorda por me achar leal com meus amigos e tinha uma generosidade incrível.
A pipoca acaba no meio do filme, junto com os refrigerantes. Matt pega o balde e coloca ao lado dele, no chão. Ele se aconchega para mais perto de mim debaixo da coberta e faz cafuné em minha cabeça pelo resto do filme.
Dou play no segundo filme e vejo pela fresta da cortina o sol indo embora e o céu escurecendo. Eu e Matt continuamos na mesma posição, com afago e carinho e comentando sobre o filme.
No meio do segundo filme, volto a sentir o mesmo enjoo de antes.
Levanto-me correndo e vou para o banheiro.
Matt se levanta atrás de mim e fica ao lado de fora depois que eu fecho a porta na cara dele.
Toda a pipoca que comi, voltou.
Fico sentada no chão pensando que, se fosse uma comida, eu não teria passado mal novamente. Ou eu simplesmente passaria mal o dia todo e não teria um intervalo entre os enjoos.
Um frio em minha espinha surge.
Agora meu enjoo parece voltar e não seguro novamente.
Só que agora é de nervoso.
Eu não posso.
Eu não poderia.
Poderia?
Bom, poderia sim.
Levanto do chão depois de me limpar e fico um tempo no banheiro. Tenho um espelho enorme do tamanho do meu corpo e fico me encarando.
Passo a mão pela minha barriga e respiro fundo.
Será que eu estou grávida? Será que eu serei mãe solo? Será que Matt ficaria comigo por obrigação ou por querer ter uma família comigo? O que será que Lia vai pensar sobre isso? Será que ela vai conseguir contornar a mídia até nosso casamento e a gente anunciar que nosso filho foi fruto da lua de mel? Será que eu vou ter um casamento e uma lua de mel?
Abro a porta e Matt continua na porta, com cara de preocupado.
_ Acho melhor irmos agora ao médico, se for algo mais grave é melhor que seja tratado na emergência. – Matt fala, preocupado.
_ Acho que antes eu preciso ir em outro lugar. – Falo, olhando para baixo.
_ Qual outro lugar seria melhor que um hospital? – Ele pergunta um tanto revoltado.
