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Lia conseguiu que eu ficasse alguns dias em Nova York e eu chamei Laura e Phil para ficarem comigo em meu apartamento. O clima não é o dos melhores, minha mãe está bem debilitada e resolvo passar a noite com ela no hospital, principalmente para entregar a carta para ela.
Todo esse tempo, Phil estava com ela e Laura, por ser menor de idade, não pode fazer companhia para ela de noite.
Chego no hospital e me sinto mal, vou andando pelos corredores até o quarto que minha mãe está.
Ela está muito mais magra do que antes, com o semblante péssimo e pálida. Ao me ver entrando no quarto, abre um sorriso.
_ Vim ficar com você. - Falo, tentando não chorar.
_ Phil me disse que você viria. - Ela fala.
Sento ao lado dela e seguro a sua mão, que está gelada e mais magra.
Pego em minha bolsa e entrego a carta que fiz para ela.
_ Quero que você leia o que escrevi. - Falo, de cabeça baixa. - Talvez seja tarde demais, mas quero me desculpar por tudo que fiz.
Ela aperta a minha mão e pega a carta. Ao longo que lê, seus olhos enchem de lágrimas. Existia tristeza e mágoa entre nós duas, mas me permiti perdoar ela, o que me resta é saber se ela vai me perdoar.
Ela termina de ler e me olha, sem falar nada, apenas com algumas lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Começo a chorar junto com ela. Todo ressentimento entre nós estava para trás, no passado. E só me arrependo de não ter feito antes.
_ Eu sempre estive ao seu lado, meu amor. - Ela fala. - Eu nunca deixei de te acompanhar. Por mais que você não falasse comigo, eu sempre fui a sua maior fã, a sua maior incentivadora. - Ela fala e aperta a minha mão. - Eu te amo, Anna. E sempre vou te amar.
Levanto da cadeira e abraço minha mãe. Ficamos um tempo abraçadas até que enfermeiros entram para administrar remédios e verificar como ela está. Um médico entra no quarto e me chama para conversarmos, o que eu não creio que seja algo bom, mas reuno forças para ir.
_ Srta. Keyes, sua mãe não está apresentando nenhum quadro de melhoras e a saúde dela está se debilitando. - Ele fala. - Acho que você deveria chamar sua família para vir aqui amanhã e passar o dia juntos.
Aquelas palavras entram em meus ouvidos e eu me sinto sem chão, sem ar, como se tudo estivesse acabando. E talvez esteja.
Aceno com a cabeça e ligo para Phil para falar com ele e ele diz que logo pela manhã, ele e Laura estarão no hospital.
Volto para o quarto e minha mãe já está dormindo.
_ Ela precisa descansar, mas pela manhã, vai acordar. - O enfermeiro fala.
Me sento na poltrona ao lado dela e fico observando. Todos esses anos e eu sempre guardando rancor e mágoa de minha mãe, para quando nos encontrarmos novamente, ela estar no final de sua vida.
Fico olhando para ela até adormecer.
-
Pela manhã os enfermeiros entram e minha mãe está um pouco grogue, talvez pela medicação, talvez pelo estado que ela está. Ela me olha e força um sorriso, que parece difícil pelo estado em que ela está. O enfermeiro disse que ela estava com muita dor e sofrendo bastante.
Logo que a equipe de enfermeiros saem do quarto, Laura e Phil entram. Eles estão receosos. Não estão com caras boas. Talvez tenham passado por muito sufoco sem ter falado nada comigo.
Phil fica do seu outro lado, segurando sua mão. Laura vem para meu lado e fica acariciando seus ralos cabelos.
_ Minha família. - Ela fala com dificuldade. - Eu amo vocês, amo vocês para sempre.
Phil e Laura começam a chorar.
_ Eu sempre vou te amar - Phil fala. - Nós sempre seremos uma família.
_ Eu te amo, mamãe. - Laura fala, entre lágrimas.
_ Me desculpa. - Falo. - Espero que algum dia você consiga entender o quanto você fez falta pra mim nesse tempo. - Começo a chorar. - Eu sempre te amei e sempre vou te amar.
Entre alguns suspiros ficamos na mesma posição.
Minha mãe respirava cada vez mais lento.
Ela estava sorrindo e com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
_ Eu sempre vou amar você. - Ela diz, com dificuldade.
Seus olhos fecham.
Phil e Laura correm para chamar a equipe médica.
Sua respiração vai aos poucos diminuindo.
Quando eles voltam, ela dá um longo suspiro.
E para.
As máquinas começam a ficar apitando e Laura começa a chorar copiosamente. Abraço ela e Phil se ajoelha ao lado da cama de minha mãe.
Ela se foi.
Ao lado de sua família.
Com Laura em meus braços, começo a chorar mais e mais.
A mesma dor que senti anos atrás, estou sentindo novamente.
Não tenho mais a minha mãe.
Mas sei que ela me ama.
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Olá meus leitores, Não estou conseguindo postar com a mesma frequência pq a vida está um caos (tanto no cotidiano quanto mentalmente) mas queria agradecer todos que estão lendo, comentando e curtindo! Continuem curtindo e comentando bastante!
