𝐄𝐋 𝐉𝐔𝐆𝐀𝐃𝐎𝐑 - ᴘᴀʙʟᴏ ɢᴀᴠɪ

04 - 𝐋𝐞𝐧𝐚

𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢

Ainda continuava encarando a morena que estava a minha frente, mais assustado do que eu, com certeza ela. Provavelmente era uma fã. Não era a primeira vez que uma fã conseguia entrar no vestiário, mas nunca nem eu nem os outros jogadores estavam lá.

-Olha, eu só tiro fotos lá fora.- Expliquei antes ter um surto por me ver e começar a tirar fotos uma atrás da outra, mas ela não fez isso ela apenas franziu a testa parecendo sem entender.

- Não quero foto com você.- Foi a única coisa que a morena falou.

-Como não, você invadiu meu vestiário?- Perguntei sem entender, e ela também parecia não entender, ela deu uma breve olhada no lugar.

-Acredito que o vestiario não seja apenas seu, certo?- É ela estava certa, mas apenas eu estava ali!

- Mas está apenas eu aqui.- Eu não ia deixar ela sair certa nessa.

-Voce deveria se achar menos convencido!- Suspirou, convencido?

- Você sabe quem eu sou?- Foi a única pergunta que consegui formular para a morena que tinha uma cara de tediosa por está ali.

-Amigo, eu passei quase o dia todo ouvindo pessoas falarem de você é claro que eu sei quem é você.- O dia todo, ou seja ela era minha fã e estava ali fora.

-Isso apenas confirma que você é uma fã minha, pronta para tentar me conquistar porque leu em alguma lugar que meninas desinteressadas me interessam.- Outra testa franzida e braços cruzados me olhando de cima abaixo.

- Não estou atrás de você, estou atrás da menina que eu cuido.- Informou. E antes que eu pudesse perguntar ela já se adiantou explicando. -Eu cuido de uma menina, ela é sua fã e me convenceu a trazê-la para te conhecer mais tudo saiu dos planos e eu acho que tenho uma costela quebrada.- E foi aí que eu percebi, sua calça rasgada no joelho e um relado.

- Você caiu?- Perguntei e ela confirmou com a cabeça.

-O muro daqui é muito alto.- Contou, enquanto caminhava mancando até um dos bancos que tinha ali e ao se sentar gemeu provavelmente de dor.

- Você pulou o muro daqui? Você é doida?- Pergunto caminhando até ela e só aí pude perceber seus traços, olhos castanhos, cabelos escuros e um perfume que nunca senti mas que parecia ser doce. - Você quer alguma coisa? Água?-

-Tem morfina?- Perguntou rindo, como ela conseguia rir naquele momento?

-Ai- Resmungou.

- Você tá toda arrebentada e tá aí rindo.- Você só pode ser doida.

-Sua falta de humor tá piorando tudo.- Apenas ignorei o que ela havia falado e me abaixei olhando seu joelho.

-Aqui é o de menos, eu tenho que achar a menina.- Claro a menina que ela contou, ela logo se levanta choramingando e caminhando até a porta que dava acesso ao outro corredor.

- Você tá machucada e os seguranças vão te pegar e chamar a polícia por invasão.- Contei o que eu já ouvi falar sobre uma das meninas que invadiu aqui. Ela pareceu pensar e se afastou da porta.

- O que eu faço?- E a menina que invadiu o vestiário que parecia tão decidida quando entrou aqui me perguntou.

- Vamos atrás dela, vou dizer que você está comigo, e depois que acharmos vamos dá um jeito de você ir ao médico.- Falei caminhando até a ela e passando meu braço por sua cintura.

-O menino, eu só cai, ainda sei andar.- Ignoro o que ela fala e não tiro meu braço dali, e seu perfume ainda parecia mais forte e mais cheirosa ela parecia. Aos poucos fomos caminhando pelos corredores e por mais que ela tivesse falando que conseguia andar a cada passo que ela dava ela resmungava de dor.