132 - Baby Gavira

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𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢

Falta de ar, garganta seca, coração acelerado sinais de que algo não está certo ou que você está tendo um ataque cardíaco, bom eu estava sentindo tudo aquilo enquanto segurava aquele teste que mostrava

"EMBARAZADA 1-2"

- Helena. - A chamo a garota que ainda me encarava, ela estava pálida e não deu nenhuma resposta a minha pergunta. - Esse teste é seu? - Pergunto novamente para ela que pisca várias vezes.

E apenas com um gesto de concordância com a cabeça me responde, mais uma vez eu volto sentir que perdi o ar certamente eu teria um ataque cardíaco naquele momento.

Um filho?

Por que parece que de repente o mundo todo a minha volta perdeu a cor? E Então minha única reação foi me apoiar na pia e levar minha mão até minha testa.

- Gavi? Você não vai desmaiar ne? - Helena pergunta.

- Acho que sim. - Falo assim que sinto ela me segurar, ou tentar me segurar.

- Quem tá grávida aqui sou eu, eu que posso desmaiar. - Ela fala apressadamente e ao ouvir aquela frase sair de sua boca eu sinto minhas pernas fraquejarem.

- Eu preciso me sentar. - Falo me sentando no chão do banheiro mesmo, eu não me lembro qual foi a última coisa que me fez ter aquela sensação, mas um filho?

Eu estava cheio de perguntas e sensações dentro de mim, novamente voltava a me perguntar. Um filho? Eu teria um filho? Eu seria um bom pai? Eu teria que amarrar os meus tênis e os tênis do meu filho? Porém a sensação mais forte que eu estava sentindo naquele momento era o medo.

- Fala alguma coisa por favor. - Helena fala se sentando a minha frente, era por isso que ela estava chorando naquele momento?

- Eu, eu não sei o que dizer. - Foi as únicas coisas que consegui pensar, sei que não foi as certas mas foi o que meu cérebro conseguiu pensar. Um filho?

Naquele banheiro se encontrava duas pessoas sentadas uma de frente para o outro e no olhos dos dois tinha apenas uma expressão. O desespero, e aquilo mostrava que nenhum de nós estávamos preparados para aquilo.

- Eu sei que não é o momento. - Helena começa. - Eu não quero estregar sua carreira, não quero que te ataquem. - Ela fala sem conseguir segurar o soluço em meio ao choro. - Eu não sei o que fazer Pablo. - Ela fala.

Aí vai um fato, Helena só falava meu nome em duas situações especificar, quando ela estava com raiva e quando ela estava muito desesperada e naquele momento era óbvio o desespero. Nós dois estávamos desesperado só de pensar em um filho?

Minha mãe sempre falou que a vida da mulher era bem mais difícil do que a do homem, cólicas, TPM, na gravidez era a mulher que sentia tudo, e depois o parto e depois pós parto e tudo de ruim era a mulher que sentia.

E vendo ali na minha frente eu finalmente consegui entender o que ela dizia, Helena tinha pegado todo o "peso" e estava carregando tudo aquilo, por mais que eu tivesse muito desesperado com a ideia de ter um filho com 18 anos e no auge da minha carreira de jogador de futebol, eu não conseguiria deixar ela carregar aquilo sozinha. O filho não era somente dela.

𝐄𝐋 𝐉𝐔𝐆𝐀𝐃𝐎𝐑  - ᴘᴀʙʟᴏ ɢᴀᴠɪ Onde histórias criam vida. Descubra agora