Boletim Médico

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Como estamos atualmente?

Razoavelmente bem.

Medíocre. Doente da mente.

Pulmão está ok, sem

Máculas até. Da lente

Do raio-x talvez, mas à vista

Do Espírito? Seguimos.

Do amor, seja quem for, nois despista.

Criatura frágil, vemos

Que é teimosa. Haja teimosia.

Como pode um inseto desejar

A morte tanto quanto a vida. Poderia

Viver plenamente, amar e abraçar

Honestamente. Mas no seu interior,

Ainda discute com seus demônio.

Um, dois, dez dias bons.

Fé esburacada igual camada de ozônio.

Cético, pessimista. Ouve os sons

De alegria, do louvor, dos amigos,

Mas pouco ou nada lhe comove.

Mais sentido fazem os perigos,

Mais vale um céu que chove,

Diante da assustadora luz do sol.

Almeja dormir na fonte de água viva,

Eternamente, no coração existe um rol

De razões para se esvair, se esquiva

Da vida, da dor, do carinho.

A validade do ser já passou,

Turbulento ou não, esse é o caminho

Desejado. Neste poço profundo sou.

A liberdade mora na dor.

A paz se deita sobre o caos.

A bondade assusta na sua cor.

A alma não vive com os maus,

Os ama, mas deseja fortemente se ir com as últimas naus.


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora