Esses dias tomei vermífogo
Ô, que falha
Esqueci-me por completo
Do verme que sou
No corpo já estava repleto
Nos passos já sentia o árido
Na face já estava pálido
Já raiou a aurora
O caminho estava vazio
Não se via uma alma
Nem um bicho no cio
Nem um bandido na tocaia
Só havia um ego
Em cada pé, um prego
Que se arrastava nas passarelas
Cada passada, uma batida
De metal, osso e sangue ao chão
Ressoando com o vento em ação
Que no rebater das pontes e prédios
Juntos e harmonizados, se fazia uma canção
Um samba alegre
Para um corpo caído
De verme sorrindo
Velado sem choro nem vela
Somente com uma fita amarela
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100 poemas de um paraquedista sem chão
PoesieNa perspectiva do alto, pode se ver muito de diversas formas | Mesmo aos poucos, algumas formas disformes | E com algum esforço | Pode se ver no nada, muito. . Poemas escritos entre julho de 2021 e abril de 2023.