Silêncio e sombras

1 0 0
                                    

Caminhamos, e sombras se estatelam

Em paredes, árvores, pessoas, corações. Melam

Com sua cor, seu odor,

Na sua dor, falta calor.

Na luz enxergamos a superfície,

Mostra teu lado artífice.

Na escuridão vemos o profundo,

No poço, ao fundo esbraveja um demônio iracundo,

Um simples toque, lhe resta de todo imundo.

Não olha nos olhos, sorrisos forçados,

Andar torto, pisos despedaçados.

Palavras perversas sobem à garganta,

Esgana até que o não dito corroa

Por dentro. A preguiça vence, não adianta.

Toda a agonia enfim no silêncio ressoa.

Não há família, credo ou dinheiro que aplaque,

Reúno as entidades como minha claque,

Eis aqui uma diabrura sobre a qual morrerá calado.

Portanto, estenda as mãos, e aguarde qualquerespírito alado.


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora