Companheiro abandonado

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Aguardava o trem ao lado de um guarda-chuva

Muito simpático, cor de uva

Talvez tenha sido abandonado

Acompanhou calado

Hoje não viu previsão de clima

Descobriu mesmo olhando pra cima

Barras e pés ensopados

Pulmão querendo dar uns sopapos

Uma pontada nas têmporas

Lhe falta sono decente há tempos

Coletivos vazios

Repara com seus olhos vadios

Lê as notícias do dia

Cerra o punho

Me despedi da inusitada companhia

Já estamos quase em junho


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora