Amigo indesejado e desejado

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Andei um pouco

Reparei um querido

Era uma mancha

Estava rouco

Força a cancha

Segui em frente

Era pesada

Mesmo calada

Gritava

Segui quente

Me calava

Me virei

Estava na mão

Mexi sem ação

Atirei

Acertou o chão

Respingou

Quando vi

Estava em tudo

Era meu mundo

Sujo

O que fazer

Com dito cujo

Não saía

De jeito nenhum

Não havia um

Para me lavar

Nem os pés

Quando vi

Não havia nada

Intocado pelo limpo

Mancha pra cada

Não havia Olimpo

Que lavasse uma escada

No chão me arrastei

Quem sabe

Não, eu sei

Essa sujeira não me cabe

Vou lavar outro pé

E me limpar por tabela

Por essa única fé

Única que me sela


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora