Leito miserável

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Afundam na cama

Um corpo e seus grilhões

Sons de máquinas se perdem

Ao apito nos ouvidos

Já não sente seus queridos

Está só

Porém pleno

Olhar sereno

No teto caído

No tempo moído

Acabaram as folhas do calendário

Um ditado errado

O amanhã é na verdade

Bastante certo

O frio já não sente

A alma já repousa quente

O brilho da foice na janela

Já não causa um arrepio

Oh, ser arredio

Basta entrar

És sempre bem-vindo


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora