Comeu tanto que morreu
Ruminou tanto que esqueceu
Filosofou tanto que esvaneceu
Destroçou tanto que se machucou
Fatiou tanto que acabou
Refletiu tanto que travou
Consumiu tanto que sumiu,
Fingiu tanto que se riu,
Trabalhou tanto que não viu.
Em mordiscadas,
Entreguei o coração,
Em fatias, algumas braçadas,
Olhos de ração,
Sangue numa taça,
Da alma só a rapa.
Sobraram alguns restos de Eu,
Mas de alguém que no fim não viveu.
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100 poemas de um paraquedista sem chão
PoesíaNa perspectiva do alto, pode se ver muito de diversas formas | Mesmo aos poucos, algumas formas disformes | E com algum esforço | Pode se ver no nada, muito. . Poemas escritos entre julho de 2021 e abril de 2023.