Pés no chão
É pouco
Tosse rouco
Vai e se vê no espelho
Se apoia no mármore do desespero matinal
No celular, muitos bons-dias, mas você é marginal
Fixa seus olhos
Sabe que logo atrás
A sensação de um abismo lhe aguarda
Roga para alguém que lhe guarda
Amedrontado, se vira
Caminha, pega o pó, aquece a água
O líquido preto da vida lhe aguarda
A cama carente lhe grita
Ele ignora, se irrita
O barulho das correntes nas pernas
Lhe tiram a paz,
O berro dos demônios no ouvido
Lhe gastam a alma
Faz o checklist
Tudo nas mãos e nos bolsos
Máscara, bilhete único e tremedeira
Ansiedade, mochila e carteira
Pode sair, abre a porta
Pode cair, corta
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100 poemas de um paraquedista sem chão
PoetryNa perspectiva do alto, pode se ver muito de diversas formas | Mesmo aos poucos, algumas formas disformes | E com algum esforço | Pode se ver no nada, muito. . Poemas escritos entre julho de 2021 e abril de 2023.