A pior das solidões

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Algumas vezes andamos no nada,

Perto de muita coisa,

Outras, vemos uma rota que não acaba,

Perto de muita gente.

Algumas vezes gritamos bem alto,

E não se ouve um sussurro,

Outras, falamos como um arauto,

E apenas levamos um murro.

Olha vários relógios,

O ponteiro sofreu um derrame,

Para o dia em momentos ilógicos,

Não que eu reclame.

Solidão nos acomete sem avisar,

Dor que nos rasga sem penar,

Tripas escorrem para fora,

Clama por socorro agora.

Olha no reflexo e não reconhece,

Apenas desespero aparece,

A base da sua existência desaparece.

Por instantes está totalmente isolado no mundo,

Resta apenas um ser moribundo.

Meu Deus, por que me desamparaste?

Tenha misericórdia deste traste,

A minha vida simplesmente arraste,

Que fique sangue pelo trilho,

Mas não abandone seu filho.


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora