Algumas vezes andamos no nada,
Perto de muita coisa,
Outras, vemos uma rota que não acaba,
Perto de muita gente.
Algumas vezes gritamos bem alto,
E não se ouve um sussurro,
Outras, falamos como um arauto,
E apenas levamos um murro.
Olha vários relógios,
O ponteiro sofreu um derrame,
Para o dia em momentos ilógicos,
Não que eu reclame.
Solidão nos acomete sem avisar,
Dor que nos rasga sem penar,
Tripas escorrem para fora,
Clama por socorro agora.
Olha no reflexo e não reconhece,
Apenas desespero aparece,
A base da sua existência desaparece.
Por instantes está totalmente isolado no mundo,
Resta apenas um ser moribundo.
Meu Deus, por que me desamparaste?
Tenha misericórdia deste traste,
A minha vida simplesmente arraste,
Que fique sangue pelo trilho,
Mas não abandone seu filho.
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100 poemas de um paraquedista sem chão
PoetryNa perspectiva do alto, pode se ver muito de diversas formas | Mesmo aos poucos, algumas formas disformes | E com algum esforço | Pode se ver no nada, muito. . Poemas escritos entre julho de 2021 e abril de 2023.