Passa dia, passa noite,
O lombo sente o açoite.
Sou branco,
O chicote é emocional.
Igual jovem de tamanco,
Desequilibrado. A cal
Que nos sustenta é frágil.
A gente luta pra ser ágio,
Mas quem sou eu. O atrativo
Da morte me faz cativo.
Vivo no breu, mas de coração ativo.
O que te faz acordar pela manhã?
O raiar do sol na janela?
Saudades de uma mente sã.
A vontade de ver ela?
Não lhe falta sequela.
Tripas tomadas de emoção,
Não é sobre um homem são
Que estamos falando,
Porém de um jovem lixo.
Ou um lixo jovem. Que amando,
Desenha sentimentos, como picho.
Embaralhado.
Sinto muito, calado.
Coração palpita
E a alma grita.
Não consigo.
Não é por falta de amigo.
A verdade é que sou fraco.
Não tô falando de sinuca,
Que ajuda ter um bom taco,
Porém uma vontade maluca
De viver sem dizer que tudo é um saco.
De desejar o respiro
Da vida, como um amor
Que joga sua mente num giro,
Que derrama toda dor
No chão do Espírito,
Que varre,
Que limpa,
Que me deixe supimpa,
Que não barre
Minha pouca energia,
Que me apresente
Uma rara alegria.
O Espírito que me atente,
E tomara que mate essa dor latente.
Senão a dor,
Que leve este senhor,
Junto com seu aparador.
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100 poemas de um paraquedista sem chão
PoetryNa perspectiva do alto, pode se ver muito de diversas formas | Mesmo aos poucos, algumas formas disformes | E com algum esforço | Pode se ver no nada, muito. . Poemas escritos entre julho de 2021 e abril de 2023.