Saudosa Paz

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Passa dia, passa noite,

O lombo sente o açoite.

Sou branco,

O chicote é emocional.

Igual jovem de tamanco,

Desequilibrado. A cal

Que nos sustenta é frágil.

A gente luta pra ser ágio,

Mas quem sou eu. O atrativo

Da morte me faz cativo.

Vivo no breu, mas de coração ativo.

O que te faz acordar pela manhã?

O raiar do sol na janela?

Saudades de uma mente sã.

A vontade de ver ela?

Não lhe falta sequela.

Tripas tomadas de emoção,

Não é sobre um homem são

Que estamos falando,

Porém de um jovem lixo.

Ou um lixo jovem. Que amando,

Desenha sentimentos, como picho.

Embaralhado.

Sinto muito, calado.

Coração palpita

E a alma grita.

Não consigo.

Não é por falta de amigo.

A verdade é que sou fraco.

Não tô falando de sinuca,

Que ajuda ter um bom taco,

Porém uma vontade maluca

De viver sem dizer que tudo é um saco.

De desejar o respiro

Da vida, como um amor

Que joga sua mente num giro,

Que derrama toda dor

No chão do Espírito,

Que varre,

Que limpa,

Que me deixe supimpa,

Que não barre

Minha pouca energia,

Que me apresente

Uma rara alegria.

O Espírito que me atente,

E tomara que mate essa dor latente.

Senão a dor,

Que leve este senhor,

Junto com seu aparador.


100 poemas de um paraquedista sem chãoOnde histórias criam vida. Descubra agora