Capítulo 12

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SEGUNDA SEMANA DE COMPETIÇÃO: SEGUNDA À NOITE

Nenhuma de nós duas falou mais uma palavra no caminho.

Quando chegamos em frente ao nosso prédio, tudo estava escuro e silencioso. Mas de repente, ouvimos a porta se abrir e fomos recebidas pelas três meninas.

- Você está bem! - Sophia correu em minha direção, se jogando nos meus braços, quase me fazendo tropeçar. Eu ainda me sentia um pouco tonta. Yoko e Olivia vieram logo atrás dela, parando ao meu lado, analisando o corte em minha testa.

Wednesday saiu do carro e explicou:

- Ela teve uma concussão e pegou alguns pontos na testa. Vai precisar de remédios e repouso.

- Eu estou bem. - falei, querendo desmenti-la, fazendo-a revirar os olhos.

- E então? Como foi a festa? - ela mudou o assunto.

- Foi tudo bem - Yoko disse, andando ao meu lado, enquanto eu caminhava cuidadosamente até a calçada - depois que a Enid saiu, ficou tudo bem quieto, na verdade.

- Foi, ninguém sabia o que fazer - Olivia acrescentou - mas depois ajudamos Weems a organizar tudo e nós recebemos um telefonema, dizendo que ela estava bem - entramos no prédio.

- Vocês são uma gracinha se preocupando assim - Wednesday falou e as meninas riram. Ela balançou a cabeça e em seguida virou-se para mim, sua expressão ficando séria - você consegue subir as escadas sozinha? - assenti - ok. Se você se sentir mal, chame alguém.

- Tá - disse, com desdém, apenas para irritá-la. Funcionou, porque seus olhos se estreitaram. As meninas estavam olhando para nós em confusão, sem ter certeza se estávamos realmente irritadas uma com a outra ou se estávamos brincando.

- Que horas você vai chegar amanhã? - Sophia perguntou a Wednesday depois de uma pausa, obviamente tentando mudar o foco da conversa.

- Eu não vou chegar amanhã - falou, como se fosse óbvio. Ergui as sobrancelhas; Yoko e Olivia pareciam confusas também.

- Então não vamos te ver aman... - Sophia começou, mas Wednesday a interrompeu.

- Eu vou dormir aqui esta noite.

- Por que? - perguntei, desconfiada, a testa franzida.

- Não é por você, se é isso que você está querendo saber - ela balançou a cabeça, olhando para o relógio - eu tenho que ficar aqui algumas noites por semana e o motorista vai trazer seus medicamentos em cerca de uma hora.

- Eu não preciso de-

- Você não precisa agora, porque o efeito das injeções não passaram ainda - ela parecia irritada - se não quiser tomar, eu não vou te forçar, você já é bem grandinha para isso. Mas quando a dor começar a incomodar, eles vão estar aqui embaixo, na cozinha.

Encontrei seu olhar, eu ainda estava irritada com ela por ter perguntado sobre meus pais.

- Eu não vou precisar.

- Tudo bem! - ela jogou as mãos para cima. As outras três pareciam cada vez mais desconfortáveis - tudo bem, só vá para a cama então. Vocês três - ela falou, extremamente chateada.

Dei de ombros e comecei a subir lentamente pelas escadas. No momento em que cheguei ao topo, eu estava ofegante e exausta, minha cabeça girando, mais uma vez.

Entrei no quarto e com um suspiro cansado desabei na cama. Lutei contra o cansaço que sentia, eu deveria tomar um banho e ficar limpa. Consegui me arrastar até o banheiro sem me sentir muito zonza. Tomei uma banho demorado e voltei para a cama.

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