SEGUNDA SEMANA DE COMPETIÇÃO: QUINTA
- Enid - a voz zombava, me perseguindo, aproximando-se, não importava o quão rápido eu corresse. Haviam tantos corredores, entradas para a direita e para a esquerda, eu não tinha ideia para onde ir - eu vou achar você, Enid - a voz estava mais perto. Eu estava ofegante. Como isso era possível? Corri mais rápido - venha aqui, sua inútil.. seu tio vai te pegar..
Não!
Eu corri.
- Enid, meu amor!
Me virei.
- Mamãe! - de onde vinha sua voz?
- Enid! - ela chamou de novo, e eu entrei em um dos corredores.
- Mamãe!
- Por aqui, querida!
Virei a esquerda e lá estava ela.
- NÃO! - um cadáver pálido com sangue escorrendo pelo corpo - mãe? - era um beco sem saída. Nenhum lugar para ir. Minha mãe morta na minha frente e meu tio logo atrás.
- Enid - o cadáver moveu-se em minha direção, sorrindo - hora de ir para o seu tio, meu anjo.
-NÃO! - tentei sair daquele labirinto em pânico - deixe-me sair!
- Espere o seu tio, Enid. O seu tio te ama muito.
- Te peguei, inútil - seus braços me apertaram e eu gritei, as paredes se derreteram e de repente estávamos no porão de casa. Presa. Nenhum lugar para ir.
- Deixe-me ir, deixe-me ir! POR FAVOR! - seu rosto era tudo que eu conseguia ver. As bordas da minha visão foram desfocando com o pânico familiar, eu podia sentir a minha respiração acelerando.
- Não - eu soluçava. Eu ia morrer, ele ia me matar, eu ia morrer, eu ia mo-
- Enid - sua voz agora parecia preocupada. Isso era estranho. Normalmente, ele não se importava - Enid, por favor, acorde. Abra seus olhos.
Meus olhos estavam abertos. Eu podia sentir, eles estavam abertos, olhando diretamente para meu tio, em seus olhos sem alma.
- Olhe pra mim, Enid. Isso, foco em mim.
Uma coisa estranha estava acontecendo. O rosto de meu tio estava ficando desfocado e suas feições estavam sendo substituídas. Wednesday imediatamente estendeu sua mão e segurou meu braço. Não de forma ameaçadora, nenhum pouco.
- Isso - ela murmurou quando me viu concentrar nela - olhe para mim. Basta respirar fundo.
Eu estava ofegante, tentando respirar profundamente, arfando. Eu senti como se tivesse acabado de ter um ataque de pânico ou prestes a entrar em um.
- Você teve um pesadelo - ela esclareceu - você está bem agora? - meneei a cabeça positivamente, afastando-me. Meu cabelo estava empapado de suor, mas o resto dos efeitos físicos estavam desaparecendo.
- Eu estou bem - eu disse calmamente, esfregando minhas têmporas - que horas são?
- Oito - ela olhou no celular e disse.
- Oito? - repeti, em estado de choque - eu dormi por quase seis horas seguidas?
- Para você isso não é normal? - mordi meu lábio - na verdade, você acordou algumas vezes.
- Eu te acordei? Muito?
- Não, só umas duas vezes. Você se mexia e choramingava. Eu consegui te acalmar e você voltou a dormir rápido - falou e parou - as outras vão acordar daqui a pouco - disse, levantando - eu vou voltar para a minha casa hoje, então você não vai me ver por aqui.
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Silhouettes
FanfictionDepois de passar quase toda sua vida sendo abusada em sua própria casa, Enid Sinclair vai finalmente conhecer o mundo exterior. Em busca do prêmio em dinheiro que o melhor excluído irá ganhar no fim de uma competição que acontecerá na Escola Nunca...