- O QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM ELA? - Wednesday e ele se encararam, ambos respirando com dificuldade.
Ele estava congelado, sabendo que tinha sido pego.
- Eu... bem...
- VOCÊ O QUÊ?! - Wednesday rosnou. Do meu ângulo de vista, eu podia ver seus dedos discando 1-9-0 em seu celular antes dela colocá-lo de volta no bolso da jaqueta, sem o conhecimento do meu tio. Depois ela cruzou os braços, esperando por uma resposta - você o que?!
Ele me arrastou para cima e me empurrou em direção a ela, que envolveu seus braços ao meu redor quando eu tropecei com as pernas trêmulas.
- Aqui. Você pode tê-la.
- O QUE? - ela perguntou, incrédula. Era visível o esforço que ele fazia para criar uma história boa o suficiente em sua mente.
- Esta foi a primeira vez que eu pus as mãos nela, mas... você pode tê-la por algumas horas se isso fizer você manter a calma sobre o que viu.
- Você quer que eu bata nela?! - a boca de Wednesday caiu aberta em estado de choque.
- Não - ele sorriu como se tivesse prestes a presenteá-la com um carro 0km - ela pode fazer sexo com você. Você gosta de mulher, não é? Gosta dela, não? Então, pode fazer o que quiser com ela - Wednesday afrouxou a mão que segurava meu braço e eu tive que me segurar nela para não cair, minhas pernas fracas de medo e dor.
- VOCÊ A ESTUPROU? - ela berrou, pasma.
- Não! - ele mentiu - claro que não! Mas se você a quer, moça, você é bem-vinda para ela. Contanto que você fique de boca fechada sobre o que viu. Você não vai se arrepender. Ela é boa nisso.
- Como você.. - Wednesday gaguejou, chocada demais para dizer alguma coisa que fizesse sentido - eu não... como você pode... - ele deu de ombros, lamentavelmente.
- Qual é, Wednesday? Ela merecia isso, você sabe...
Wednesday olhou para mim, depois tirou minhas mãos dela e num piscar de olhos ela se jogou contra ele, seu punho dando um soco certeiro no rosto do meu tio, que sem esperar, cambaleou para o lado.
- COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COM ELA? - suas ações eram frenéticas e desesperadas e ela usava toda força que tinha, batendo nele de toda forma possível - ELA É SUA SOBRINHA!
Ela não parava de bater nele, e o primeiro soco tinha deixado o nariz dele sangrando. Depois do susto inicial, ele começou a revidar, afastando-a com empurrões, que iam ficando cada vez mais pesados.
- NÃO! - tentei gritar, mas minha voz quebrou, o medo de que ele pudesse matar Wednesday tinha sido o maior medo que eu já senti na minha vida inteira - parem! - chorei.
Mas eles não me ouviam. Wednesday continuou projetando socos em meu tio, sem se importar em estar em desvantagem por sua estatura, mas obviamente ele não ficou por baixo, derrubando-a no chão com mais um empurrão. Depois suas mãos agarraram o colarinho da jaqueta dela, mas ela conseguiu se mexer e empurrou o joelho contra a virilha dele, fazendo-o gritar e soltá-la, ajoelhando no chão e se curvando com a dor.
- QUAL. O. SEU. PROBLEMA? - Wednesday gritou, pontuando cada palavra com mais socos. Eu podia ver seus dedos machucados e violentamente vermelhos, apesar de sua mão estar em constante movimento entre socos e empurrões.
Menos de um minuto depois ele se recuperou, encarando-a por um segundo antes de se arrastar pelo chão e pegar um frasco de perfume na minha cômoda e estava prestes a jogar em Wednesday.
NÃO!
Encontrei a força que não tinha e saltei em seu braço, agarrando-o com toda minha força, tentando fazê-lo soltar o vidro. Ele golpeou meu rosto para me fazer largar seu braço e eu me alastrei no chão, minha cabeça colidindo contra o assoalho. Fiquei exausta demais para me mover, mas pelo menos ele deixou cair o frasco de perfume e Wednesday teve tempo de se recompor, levantando e deferindo um chute certeiro em seu estômago, fazendo-o entrar em colapso no chão.
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Silhouettes
FanfictionDepois de passar quase toda sua vida sendo abusada em sua própria casa, Enid Sinclair vai finalmente conhecer o mundo exterior. Em busca do prêmio em dinheiro que o melhor excluído irá ganhar no fim de uma competição que acontecerá na Escola Nunca...