Capítulo 60

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N/A: Preparem os lencinhos, porque até eu que escrevi, chorei.

WEDNESDAY'S POV

- Essa é uma ótima notícia, Mark - respondi curtamente - Posso te ligar outra hora para combinarmos tudo? É que estou ocupada com algumas atividades do programa - menti, observando Enid de soslaio, que andava de um lado para o outro no quarto.

- Claro, pode ser ainda hoje? Temos muito o que combinar, eu pretendo preparar principalmente você e Enid, mas ainda tem outras testemunhas. Mas Enid é meu foco, vai ser difícil para ela voltar a ver o tio depois de tudo.

Maldito auto-falante.

- Sim, claro. Tenho que desligar agora, mais tarde te ligo.

Sem esperar mais alguma resposta, desliguei o telefone, atirando-o na cama. Torcendo para que Enid não entrasse em crise com a notícia tão repentina, levantei e caminhei até ela, abraçando-a.

- Hey, meu amor - apertei meus braços ao redor dela, numa divergência de expectativa e ansiedade para saber quais seriam suas próximas ações.

- Hey - Enid sussurrou, deitando a cabeça em meu ombro, se permitindo ser confortada.

- O que você acha disso? - perguntei, afagando seus cabelos.

- Eu não sei - respondeu, deixando algumas primeiras lágrimas molharem meu ombro - Eu queria poder não vê-lo nunca mais, Wed!

- Eu sei, meu amor, eu sei - falei, separando-a de mim pelos ombros, segurando seu rosto entre minhas mãos, usando meus polegares para abrandar o caminho de lágrimas - Mas olha, podemos ver isso como um fim definitivo para esse capítulo da sua vida. Ele vai ser condenado de vez e você vai poder fica mais tranquila. Eu entendo que você esteja assustada, mas você é a garota mais corajosa que eu já conheci. Minha garota corajosa - falei com sinceridade, sentindo meu coração ficar pequenininho ao ouvir um soluço sôfrego escapar de seus lábios - E eu vou estar lá com você, amor, eu nunca te deixaria, Enid, a menos que você quisesse.

- Você promete, Wed? - perguntou, soltando mais um soluço, enquanto voltava a me abraçar - Você vai estar do meu lado até o fim?

- Eu prometo, meu amor - respondi, mais sinceridade em minhas palavras do que ela jamais poderia imaginar - Até depois do fim.

[...]

- A psicóloga forense que fez a avaliação com Enid, como eu te disse, é uma amiga minha, ela teve contato com a psicóloga que analisou o réu - Mark começou a falar.

- Uma psicóloga para ele? Mas que porra?!

- A defesa dele entrou com recurso e foi aprovado. Mas não se preocupe, de acordo com o que essa amiga minha disse, o tiro saiu pela culatra, a conclusão que ela e a outra profissional chegaram foi a mesma e, de acordo, com elas “era o de se esperar” – ele fez aspas com os dedos - São assuntos profissionais, existe todo um sigilo por trás, mas ela disse que o resultado foi o que se imaginava.

Era fim de tarde, eu estava com Mark em seu consultório, e Enid tinha ficado no prédio com as meninas, visto que uma conversa entre Mark e ela não daria certo hoje, no estado que ela ficou mais cedo.

- Isso significa...? - perguntei.

- Muito provavelmente que ficou evidente que Enid falou o que acontecia, enquanto a psicóloga que teve as sessões com o réu deve ter percebido algum furo na história, quem mente sempre deixa - concluiu - Isso vai ajudar bastante na acusação, digo, o relatório das psicólogas. Eu tenho certeza que não sabemos nem 50% do que a garota passava, mas a conversa com a psicóloga decorre de forma mais aberta e ela com certeza ficou sabendo de bem mais do que nós sabemos.

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