Capítulo 18

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TERCEIRA SEMANA DE COMPETIÇÃO: TERÇA

- NÃO!

O grito acordou Wednesday e eu, nos fazendo sentar em questão de segundos, olhando ao redor perdidamente.

- Yoko? - Wednesday levantou instantaneamente e se dirigiu às escadas, subindo de dois em dois degraus para o quarto dela, comigo correndo logo atrás - Yoko, o que houve?

Sophia e Olivia tinham acabado de sair de seus quartos e entraram no de Yoko depois de nós. Yoko estava sentada curvada sobre a cama, seu rosto pálido enquanto ela falava com alguém no telefone. Wednesday sentou ao seu lado, passando um braço em volta de seus ombros.

- Não - ela disse, calmamente - eu não quero ficar aqui. Eu quero vê-lo, por favor... Mãe, por favor... Eu não me importo. Eu não me importo. Eu vou sair. É, eu vou dizer para elas agora. É. Eu vou ficar bem, mãe... Tchau - ela baixou o telefone, uma expressão aturdida no rosto. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia prestes a explodir em lágrimas.

- Qual o problema? - perguntei, ansiosa para chegar perto dela - o que houve, Yoko? - Diga!, me deu vontade de gritar. Diga! Nós podemos consertar isso para você. Eu resolvo para você!, mas eu não podia.

- Eu estava falando com minha mãe - explicou fracamente - meu avô foi diagnosticado com câncer. Estágio final. Ele está só... - sua voz falhou - ele tem pouco tempo de vida.

- Meu Deus! Eu sinto muito, Yoko - Wednesday disse, simpaticamente, e nós ecoamos as mesmas palavras.

- Você vai embora? - perguntei o que todas nós estávamos pensando. Por favor, não. Eu preciso de vocês aqui. Ela encontrou meus olhos, o pedido de desculpas escrito nos dela.

- Eu sinto muito, mas eu preciso vê-lo - Wednesday balançou a cabeça em aceitação, ainda parecendo insegura.

- Se é o que você quer, vale a pena. Nós podemos organizar sua viagem de ida, planejar um jeito de você se manter na competição sem atrapalh-

- Não - ela balançou a cabeça - ele mora em outro país. Eu.. eu não queria sair do programa, mas ele praticamente me criou, enquanto meus pais trabalhavam. Ele é meu segundo pai. Eu não posso... eu não vou deixá-lo...

- Tudo bem. Nós entendemos, Yoko - Wednesday falou e as meninas concordaram com tristeza.

Não!, eu queria gritar com Wednesday. Não, nós não entendemos! Você tem que ficar aqui!, mas só reboquei um sorriso simpático.

Nós a ajudamos a fazer as malas no mesmo dia, porque ela insistia em ir embora o quanto antes possível. Wednesday providenciou tudo em relação às passagens de Yoko, tendo que entrar em contato novamente com a família dela para se certificar que ela faria uma viagem segura. Desci para fazer um almoço extra para ela comer no vôo de volta para sua cidade natal. Tentei animá-la e consegui em alguns momentos, mas depois ela voltava a ficar triste.

Quando ela estava saindo, ela se despediu primeiro de Wednesday, depois Olivia e Sophia. Finalmente, ela chegou a mim e me deu um abraço enorme, esmagador.

- Eu vou sentir sua falta - falou, se afastando do abraço, encontrando meus olhos - de verdade.

- Eu vou te ligar sempre - falei, debilmente, a esperança evidente em meu tom. Todo mundo que eu pensava que me amava, me deixava; por que eu estava surpresa? - faça uma boa viagem.

- Tá - seu sorriso era forçado e não chegou aos seus olhos - eu vou tentar.

E a porta se fechou atrás dela.

Ouvi o motor do carro se afastando, o som foi diminuindo até não podermos ouvir mais. Ficamos em silêncio por um tempo. Quando finalmente, Wednesday quebrou a tensão.

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