-Sadie-Mais um dia chato da minha vida chata.
As pessoas pensam que fácil ter a minha vida, muitos até cobiçam, mas não sabem de nada que acontece, a não ser o que quero mostrar a eles.
Tenho vinte anos, moro metade do ano vom meu pai na Bahia e a outra metade com a minha mãe em São Paulo.
Podem estar se perguntando o porquê de eu ainda morar com eles. Mas é só porque não me deixam viver sozinha, então tenho que passar metade do ano na puta que pariu, e a outra metade no outro, porque ele dizem que não sabem viver sem mim, mas acontece que é só um protesto para manter o contato entre eles, e eu sei disso.
Meu pai ainda ama a minha mãe, e ela também, só que ela se recusa a aceitar isso, o que me deixa estressada, por ter que ficar na relação deles, é horrível me sentir como um cadeado, prendendo eles numa coisa que já acabou.
Já conclui os estudos, e não quero fazer mais nada relacionado à escola, cansei de ver cadernos e canetas na minha frente.
Por sorte, o meu pai mora na orla, e estou passando os meus dias de morte curtindo a praia, temos a maior casa, e fica de frente para o mar, ela já serviu até de fundo de foto.
Mas nada disso me agrada, eu só queria achar alguém que me amasse de volta, cansei de decepções em minha vida.
-Sadie? -meu pai me chama.
-oi? -me virei para ele.
-venha aqui um minuto. -entrou na sala de jantar, fui até a sala, entrando e vendo uma menina sentada em uma cadeira e ao lado uma mulher, que acredito que seja a mãe dela. -essa é a Kelly e essa é a Millie. -apresentou.
-ola. -sorri simpática, enquanto acenava.
-então, a Kelly será a nossa nova governanta e a Millie virá às vezes para ajudar a mãe. -comunicou.
-tudo bem. -não entendi onde ele estava querendo chegar com aquilo.
-você poderia mostrar a casa para a Millie enquanto eu e a mãe dela conversamos? -olhei para a menina que estava vermelha.
-claro, eu estava desocupada mesmo. -dei de ombros saindo da sala.
A menina veio atrás de mim, como eu imaginei que ela viria, foi até a sala de estar e meu celular tocou.
-oi, Bela? -era uma menina que tem se atirado pra cima de mim, diversas e diversas vezes, ela diz que só quer sem minha amiga, mas eu não acredito. -estou ocupada agora, não posso falar com você. -ela fez uma careta na tela do celular, sorrindo logo depois.
-posso voltar... -Millie falou hesitante, me fazendo a encarar.
-não, não precisa.
-Sadie, amor? -Bela chamou furiosa do outro lado do celular. -quem é essa? -gritou. -quem é essa puta, Sadie! -escandalizou.
-cala a boca, Bela. -deu um grito estridente. -tchau. -encerrei a ligação. -me desculpa. -olhei para a menina do meu lado, ela estava toda vermelha.
-não, está tudo bem. -se remexeu inquieta.
-vou te mostrar a casa... -a olhei estranho.
-tudo bem... -limpou a garganta.
-então, essa é a sala, para lá fica a cozinha. -andei ate o cômodo, com ela vindo atrás de mim. -aqui tem a lavanderia. -abri a porta, mostrando a ela. -aqui é a porta de acesso ao quintal, tem o Boris, o cachorro. -apontei e ela sorriu quando o animalzinho pulou nela. -pra lá é só o jardim dos fundos mesmo. -fechei a porta, colocando o cachorro para fora. -aqui tem a sala de jantar, essa é a porta que abre para entrar na cozinha. -apontei. -aqui é a sala de reuniões do meu pai, o escritório, e essa é a escada. -começamos a subir. -esse é o quarto do meu pai, esses dois são de visitas, esse é para caso um saia minha mãe volte para o meu pai, mas não dia isso a ele. -alerto. -e esse é o meu. -abri a porta como em todos os outros.
-é... muito bonito. -falou um pouco nervosa.
-relaxa tá? -ri me aproximando dela. -você quer dar uma saída comigo, vamos na praia dar um passeio? -sugeri, quero a conhecer melhor, afinal é uma proposta de amizade.
-não, não que eu não queira, eu não posso. -negou rápido. -vamos voltar, acho que... -piscou sem me encarar e se afastou indo até a porta do quarto. -melhor descer, acho que o Senhor Sink está nos esperando. -praticamente fugiu, descendo as escadas com pressa e me deixando sem entender.
-que garota doida. -conclui.