𝑆𝑒𝑖𝑠

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-Sadie-

Acordei sentindo tudo doer, meu corpo estava pegando fogo debaixo do lençol, me descobri, mas me arrependi de ter feito isso, pois o frio me tomou por completo.

Me agasalhei no lençol e levantei da cama. O arrastando pelo chão. Desci as escadas sentindo que deveria voltar para a minha cama, mas não, se estou doente tenho que tomar um remédio.

Cheguei na sala, procurando ao menos por Kelly, mas não achei ninguém. Fui até a sala de jantar e nada, quando cheguei na cozinha, Millie estava sentada na cadeira da bancada, enquanto escrevia alguma coisa e a mãe dela lavava a louça.

-bom dia... -falei arrastado, sentindo minha garganta arder.

A mulher mais velha me encara e arregala os olhos quando muda seu olhar para a filha e sutilmente manda que ela se levante dali. Millie levanta com pressa, e me encara assustada. Só então percebo que isso era por mim.

-bom dia Senhorita. -Millie fala vindo até próximo à mim. -precisa de alguma coisa?

-acho que estou doente. -ela olhou para a mãe.

-e a Senhora quer que eu peça que o motorista a espere para ir ao hospital? -perguntou prestativa.

-não... eu quero um remédio, somente. -ela assentiu.

-tem certeza? -falou me analisando.

-sim, é pode voltar a fazer o que estava fazendo, não precisa ficar com medo de mim, tenha medo do meu pai. -sorri fraco e ela ficou sem palavras.

-bom onde fica os remédios que a Senhora quer?

-eu não sei, você poderia comprar? -ela concordou.

-qual o nome dos remédios?

-eu não faço ideia, compre qualquer um para febre e dor de garganta, pode ser também de tosse, como que é o Nemo mesmo?

-xarope?

-isso mesmo. -ela assentiu.

-mais alguma coisa?

-não...

-tudo bem, volto logo. -falou com a mãe.

-certo! -a mãe dela falou.

Ela saiu e me sentei na cadeira que antes ela estava sentada, encarei a Senhora na minha frente e deitei a cabeça na bancada, sentindo o lugar onde antes as mãos dela estavam repousando.

Não sei o que me dá, mas é bom sentir o toque dela, e desde que não a vi aqui, tenho desejado ainda mais.

-a Senhora quer comer algo? -perguntou Kelly.

-não, obrigada. -levantei a cabeça, a encarando. -posso fazer uma pergunta?

-claro.

-por que ontem, você disse que não deixaria ninguém machucar a sua filha, novamente? -dei ênfase. -alguém já a machucou?

-não posso falar disso, como disse pergunte a ela, se puder saber ela dirá. -respondeu se mantendo calma.

-por que não pode falar disso?

-é um assunto íntimo da minha filha e ela não me permitiu falar a ninguém. -encerrou o assunto.

-posso perguntar mais uma coisa? -ela assentiu. -quem é Liz?

-de novo nesse assunto, desculpe Senhora, mas já foi dito que perguntasse à minha filha. -respirou fundo.

-mas eu não consigo conversar com ela... -implorei. -por favor, graças a esse assunto não consegui dormi ontem..

-Senhorita... -choramingou. -se tem interesse em minha filha, não vai gostar de saber disso. -desligou a torneira e foi começar a limpar o chão.

-então posso me envolver com ela?

-não. -continuou o que estava fazendo com a maior calma possível.

-mas você disse que... -falei confusa.

-é tudo como a Millie quiser. -negou com a cabeça. -ela já deveria ter chegado.

-então se ela quiser...? -ela ficou calada.

-não é comigo que tem que falar.

Fiquei um tempo na minha tristeza esperando a garota chegar e quando ela chegou não pervebi pois eu acabei cochilando, do jeito que estava ali.

Senti ela me cutucar e levantei a cabeça, ela me entregou um copo d'água e os remédios dentro de uma sacola, abriu a mesma pediu a mãe uma colher.

-eu trouxe infantil, por que o efeito é mais rápido... -comunicou pingando algumas gotinhas na colher. -esse é para a febre. -colocou a colher na frente da minha boca.

A abri, aceitando o remédio, e me sentindo cuidada, fazendo meu coração esquentar. Ela colocou mais um remédio na colher e fez o mesmo.

-esse é para dor. -assenti. -é bom que deite e tire um cochilo. -tô.ei um gole da água, para tirar o gosto ruim da boca.

Me levantei e deitei no sofá, com a ajuda dela, ela me enrolou no lençol e ajeitou as almofadas.

-pode colocar algo na televisão?

-não sei mexer... -riu sem graça.

-então pode me entregar o controle? -ela assentiu indo pegar. -obrigada.

Coloquei na minha série e comecei a assistir até que cochilei sem perceber.

A Filha da Empregada - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora