-Millie-
-o Senhor quer mais café? -perguntei vendo como ele encarava a Sadie com raiva.
-sim. -falou sem desviar o olhar dela. -eu já te disse para não incomodar a minha vida com suas namoradas nojentas. -falou por fim e eu estremeci.
-que namoradas? -ela franziu o cenho.
-Bela, Aline. -citou, o primeiro nome eu conhecia.
-não são minhas namoradas, mesmo assim não entendi o por que do "nojentas". -ela o provocava, falando com desdém e as vezes o ignorava.
-porque ficam se humilhado por buceta, são nojentas por isso, deveria ir atrás de um homem. -faliu e eu não consegui segurar a careta. -não me diga que está desse lado? -perguntou a mim.
-que? -ele me encarou com tédio. -não Senhor. -menti, não iria o confrontar, graças a ele eu tinha minhas contas pagas.
-ainda bem. -falou sorrindo. -ensine minha filha a ser igual a você, Millie. -pediu em tom de brincadeira.
-não. -Sadie rebateu. -se é tão difícil assim de me aceitar não deveria me manter entre o seu relacionamento e o da mamãe. -ele ficou furioso. -eu quero sair daqui.
-meu relacionamento com a sua mãe não existe! -cuspiu em cima da menina. -não fale disso outra vez. -se levantou da mesa estressado e Sadie continuou comendo tranquilamente. -Kelly, minha pasta! -chamou por minha mãe.
-aqui está Senhor. -ela trouxe rápido.
-hoje não volto. -falou estressado e saiu da casa.
-oi amor! -cantarolou sorridente é veio para cima de mim me abraçando e dando um selinho. -como você está? -me analisou sorrindo.
-estou bem e você, linda? -lhe dei outro selinho. -como está a sua febre?
-já passou, só estou tossindo um pouquinho. -assenti fazendo um carinho na sua cintura. -como foi a sua noite?
-na boate, ganhei bastante dinheiro. -comentei.
-que legal amor. -roçou nossos narizes. -e a minha pré filha? -não consegui evitar o sorriso bobo.
-a Liz?
-é amor, a Liz. -abaixou o rosto dando um cheiro no meu pescoço. -você me disse que ela também tinha ficado doente...
-ah, já passou, ela se cura bem rápido. -senti ela dar beijos leves pelo o meu pescoço.
-você tem alguma foto dela para me mostrar? -perguntou abafado enquanto descia os beijos para os meus seios.
-Sadie... -senti minha respiração ficar ofegante e a parei. -não dá. -ela sorriu maliciosa.
-ué, por que? -minha mãe me gritou.
-aí o porquê. -aponte para onde vinha o som.
-Millie! -parecia se aproximar e para ela não entender de primeira comecei a retirar a mesa, levando tudo para a cozinha. -Millie, não está me ouvindo chamar? -falou encarando eu e Sadie. -ah, claro. -falou estressada.
-o que quer mãe.
-já pensou se o seu pai chega? -ela brigou com a Sadie. -eu acho que você quer acabar comigo mesmo. -suspirou cansada.
-desculpe Senhora Kelly mas eu não te entendi. -ela parecia cansada. -a Senhora pode não gostar de mim mas a sua filha gosta.
-ainda bem que você sabe. -eu a olhei estranho, minha mãe estava mesmo discutindo com alguma garota que eu tinha decidido me envolver?
-é eu sei que a Senhora tirou muitas conclusões erradas sobre mim. -ela parecia estressada de verdade. -mas não afete nossa relação, por favor.
-longe de mim, mas só vão poder se agarrar fora daqui, não quero que Millie passe por uma humilhação de seu pai, ela não merece.
-e eu sei, ela não passará, essa é a sua vontade para que nós deixe em paz? -minha mãe assentiu. -então tá bom, eu e Millie só vamos ter contato como casal quando ela não estiver trabalhando, fica melhor assim?
-sim, fica. -minha mãe agora estav mais calma.
Voltei a fazer meus afazeres. O dia passou chato eu e Sadie não conversamos mais, ela nem em roubou um beijinho!
Depois das cinco eu tinha que ir embora, hoje eu tenho uma prova na escola, e começa às seis. Estava tomando banho no quarto de limpeza quando vejo a porta ser aberta lavei o rosto e olhei para ver quem era.
-Sadie? -ela me encarou. -o que está fazendo aqui?
-eu pensei que aqui poderíamos conversar sem sua mãe me odiar mais. -deu de ombros.
-ela não te odeia. -repreendi rindo. -ela só tem medo de você me machucar. -ela assentiu.
-é eu sei, mas já percebi que tem ódio envolvido. -ouvimos minha mãe me chamar. -misericórdia! -ela fechou a porta do banheiro e saiu correndo.
Fiquei sozinha novamente, dessa vez às gargalhadas, essa menina era muito engraçada. Terminei meu banho e vesti dentro do banheiro mesmo a farda da escola, odeio estudar à noite mas é o que resta.
Arrumei meu cabelo e passei perfume. Peguei minha bolsa que geralmente estava com o meu caderno e caneta dentro, já deixo assim. Passei pela a casa pata ir embora e também chamei Sadie para me despedir dela fora da casa, assim não corre o risco.
-amanhã você vem? -perguntou roçando nossos narizes.
-não, amanhã eu vou cuidar da Liz e fazer algumas coisas em casa. -inaceitável o ar sentindo seu perfume natural.
-vou sentir saudades... -lamentou me apertando mais contra ela. -posso ir te visitar?
-quando eu ficar mais desocupada você vai. -assenti.
-vou comprar um presente para a Liz. -sorriu. -ela deve ser tão lindinha...
-ela é. -falei me lembrando da minha pequenininha. -tô doida pra agarrar ela quando eu chegar em casa.
-que horas você chega? -perguntou curiosa.
-mais ou menos umas oito. -ela acenou com a cabeça.
-então amanhã eu te vejo? -concordei. -até amanhã, amor. -me deu mais alguns beijos.
-vamos, entre antes que minha mãe dê falta de você. -ri da careta dela.
-tchau! -soltou beijo no ar e entrou.