𝑆𝑒𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑒 𝑠𝑒𝑡𝑒

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-Millie-

Já era sexta-feira e eu estava de folga, a Liz ainda está de castigo e a Sadie teve que ir ao trabalho, eu estou aqui sentada tomando uma caneca de café e vendo o noticiário como uma boa velha.

Minha semana foi boa, eu e Sadie passamos bastante tempo juntas e a Liz não tinha me dado trabalho, pela primeira vez desde que mudamos ela não viu o Heitor por dois dias seguidos.

Eu fui abençoada com essa dádiva e tive que aproveitar.

Ela está o tempo inteiro me implorando para que devolva seus aparelhos, mas eu não vou, ela está precisando desse castigo para entender que o que ela fez está errado. Ela precisa de limites.

Quando acabou o noticiário eu decidi ver o que ela estava fazendo e na volta pegar mais café.

Subi as escadas indo direto para o quarto dela, assim que abri a porta a vi brincando com as Barbies, ela não percebeu que eu estava ali então saí de fininho.

Voltei para a sala e peguei meu celular, já eram cinco usar cinco da tarde e eu previ que a Sadie chegaria logo e com muita fome, então decidi fazer o jantar.

Apenas grelhei um salmão que eu tinha deixado na geladeira, fiz um purê e alguns legumes assados no forno.

Quando acabei já era seis e meia, a Liz estava aqui conversando comigo e estávamos esperando a Sadie chegar.

-mamãe, eu posso ter um gatinho? -ela me perguntou, já era a milésima vez que ela me pedia isso.

-ah não Liz! Você sabe que eu não gosto de ter que ficar limpando o cocô deles e nem adianta dizer porque eu sei que você não vai fazer isso. -ela ficou fazendo uma carinha que ela sabe que me fazia fazer o que ela queria.

-por favor, mamãe, eu queria um irmãozinho mas vocês não querem me dar. -ela fez um beicinho. -e tem um gatinho que precisa de um lar, a minha amiga achou ele na rua e ele precisa de amor. -ela virou a foto do gato para mim.

-eu não vou olhar isso, não vou me apegar. -eu virei o rosto para o lado e ela riu. -tem os fins de semana que você passa com seu pai e eu teria que cuidar dele, não dá certo isso. -tentei argumentar mas eu já estava querendo o gato.

-Oi, Marília, a minha mãe deixou, pode mandar seu pai trazer. -ela começou a gravar um áudio e mandou para a amiga.

-Liz! -ela fez uma cara travessa.

-tarde demais, mamãe, ela acabou de dizer que o pai dela está trazendo, se a senhora não deixar o que vão pensar? -ela se levantou. -por favor, mamãe, deixa a sua filhinha ter um gatinho, eu não peço mais nada, eu juro.

-Liz, nós não falamos com a Sadie, e se ela não gostar do gato? A casa é dela, para tomar uma decisão dessas precisamos conversar com ela...

-conversar o que comigo? -ela disse nós fazendo tomar um susto. -calma meninas, sou só eu. -ela riu. -estavam falando o que sobre a sua casa? -ela colocou a bolsa no sofá e veio até nós.

-para de graça.

-se você disser que a casa é minha mais uma vez eu vou ficar magoada. -ela chantageou. -eu já coloquei no seu nome, é sua e da Liz.

-a Liz acabou de adotar um gatinho contra a minha vontade. -eu mudei o assunto e disse enquanto olhada com tédio para a Liz.

-finalmente, já não aguentava mais esperar que alguém fizesse isso. -a Sadie disse. -mas deveria ter esperado a chata da sua mãe deixar Liz, você sabe que ela fica brava.

-eu sei, mamãe mas ela não estava deixando e a minha amiga tinha que me trazer o gatinho ou o pai dela ia mandar ele para o abrigo. -ela disse.

-tá bom! -urrei entediada. -não quero ser a chata, deixa eu ver esse gato feio.

-aqui. -ela me mostrou a foto.

-quero ver também. -a Sadie correu para o meu lado.

Era um gatinho tricolor, ele era até bonitinho, mas era esguio, bem magrinho, não sei se vai sobreviver.

-que gato feio. -impliquei.

-sua implicante! -a Sadie fez uma careta enquanto apertava meu nariz.

-eles vão demorar um pouco para chegar, agora to com fome. -a Liz fez uma cara de nojo enquanto nos olhava.

-vem ca sua sapeca! -nós fomos enquanto apertávamos o nariz dela e fazia cócegas.

-para! -ela gritava entre o riso.

-tá bom, tá bom! -a Sadie disse entre gargalhadas. Nós paramos a brincadeira.

-vamos comer antes que a minha pequena travessa morra de fome. -eu brinquei. -pode ir lavando as mãos, eu vou colocar seus pratos. -eu mandei dando um tapinha na bunda de cada uma. Mas óbvio que a Sadie não levou na brincadeira quando eu fiz com ela, me dando um olhar descarado.

-lavem bem as mãos. -eu disfarcei.

Servi a comida nos pratos para as duas e depois coloquei a minha, me juntei a elas na sala de jantar e tivemos um momento agradável a mesa, conversando sobre o dia e saboreando a comida.

A Sadie abriu um vinho, ela pensa que me engana, eu sei muito bem a sua intenção. E enquanto ela lavava a louça eu estava tomando meu vinho e a provocando. A Liz estava vendo um filme na sala então era seguro.

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A Filha da Empregada - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora