𝑉𝑖𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑜𝑖𝑡𝑜

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-Sadie-

Estou com a consciência muito pesada por ter falado aquilo e meu pai quase descobre tudo.

Eu teria prejudicado muito a Millie, por mais que eu fale que eu cuidarei dela ela é orgulhosa e não gosta de depender de ninguém.

Esperei ela sair para casa e fui a encontrar no metrô, ela entrou no carro e eu segui até a casa dela. Estava um silencio perturbador no carro, então decidi iniciar uma conversa.

-sobre hoje... -respirei. -me desculpa por tudo amor, não era a minha intenção, eu juro que não sabia que ele estava lá.

-tudo bem, amor. -colocou a mão em minha coxa. -eu sei que foi sem querer.

-eu te amo mais que tudo. -digo.

-eu também te amo. -beija minha bochecha.

-casa comigo? -perguntei.

-sim, eu caso. -responde e ri.

-tá rindo por quê? -lhe encaro brevemente.

-o que? -me encara também. - não está falando sério né?

-talvez eu esteja...

-não é possível, você está só brincando.

-e você não aceitaria? Se fosse verdade, claro.

-olha, dependendo da situação eu aceitaria sim, mas como não estamos na situação correta acho melhor esperar terminar meu curso.

-você tem todo o planejamento já né. -Rio. -as coisas só acontecem.

-não gosto de falar sobre isso amor. -ela me corta.

-tudo bem.

-você vai dormir comigo hoje? -sorriu.

- acho que não.

-mas por que? -perguntou triste.

-ah, faz tempo que não durmo em casa e meu pai pode acabar percebendo.

-ah, você tem razão. -paro o carro na porta dela. -então acho que vou me apresentar na boate.

-pra que? -pergunto desconfiada.

-preciso pagar meu curso amanhã e o dinheiro que faço lá tá compensando.

-mas você disse que não precisaria mais.

-eu sei, amor, mas a Liz tá precisando de roupa e eu tenho que me formar pra não precisar de mais nada disso.

-tá bom. -olho para a frente. Só de saber que ela vai se apresentar para aqueles velhos babões eu fico com raiva.

-não fique brava, confie em mim, você sabe que eu não faria nada que fosse te magoar.

-Millie, eles colocam dinheiro na sua calcinha! -me estresso.

-ei! Eu não gosto disso! -me olha enfurecida.

-desculpe. -respiro fundo.

-é a única maneira de eu conseguir dinheiro pra pagar minhas mensalidades do curso, terei que fazer isso até acabar o ano, ou você acha que o dinheiro que seu pai me paga e que mal dá pra eu sustentar minha filha da pra eu pagar mais de mil reais?

-voce tem razão, mas eu não gostaria que você fizesse isso, você merece mais.

-eu estou batalhando pelo mais, infelizmente não nasci com a mesma condição que a sua. -ela abre a porta do carro. - tchau, Sadie.

-volte aqui. -seguro seu braço. -por favor não brigue comigo, não quero estar brigada com você .

-boa noite, Sadie.

-Millie... -ela sai do carro e bate a porta.

Mas que merda. O que ela achou que eu fosse falar? Que era pra ela ir mesmo? Eu estendo que ela não quer estar lá também mas porra, não há nenhum lugar melhor para ela?

E o salário que meu pai paga a elas é de oito mil, eu sei que não dá para tudo mas já é uma coisa, não gosto da ideia de ela trabalhando nessa boate aí, já tiveram muitas mulheres que foram estrupadas dentro dessa boate aí.

Mas tudo bem. Ela que sabe o que é melhor para ela né. Não me meto mais.

[...]

-Sadie, venha aqui. -meu pai me chama.

-Oi pai. -vou até ele.

-quero conversar com você sobre hoje mais cedo. -diz e eu gelo.

-diga pai.

- não se faça de besta. -me olha bravo. -eu já tolero esse seu jeito aí...

-qual? Ser lésbica? -o interrompo.

-Sadie! -eu podia ver seu rosto ficando vermelho de raiva. -você hoje estava chavecando a empregada!

-sim, ela é uma mulher muito gostosa. -provoquei.

-não quero você fazendo isso. Da próxima ela será demitida. -diz com sua voz furiosa.

-você não precisa ver, pode deixar que na próxima vez eu levo ela para o meu quarto. -seguro o riso vendo a cara dele.

-você quer me matar de raiva. -coloca a mão na testa.

-eu gosto dela, pai. -digo.

-pois então pare de gostar.

-se eu quisesse ficar com ela o senhor não me apoiaria?

- Sadie, ela é minha funcionária.

-por favor pai, eu realmente estou gostando dela.

-mas você está falando de relacionamento?

-se ela quiser sim.

-certo, mas ela não tem nada a te oferecer.

-estaremos juntas batalhando. -ele coçou a cabeça. -o senhor esquece que quando se casou com minha mãe o senhor também não tinha nada?

-certo, chame ela para um jantar formal, e a partir de hoje não a quero trabalhando aqui.

-não pai! Não a demita!

- ela está fazendo um curso, certo?

-sim.

-vou pagar as mensalidades e ela procura um novo emprego. Não posso fazer mais que isso, é aquela casa que eu está vazia vou passar para o seu nome e você se muda com ela.

-mas eu não tenho dinheiro pai.

-você se formou Sadie, vá trabalhar. -disse.

-eu não quero que demita elas.

-mancha a imagem da família você ficando com a filha da empregada.

A Filha da Empregada - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora