Úrsula
Nadine e eu caminhamos pelo parque enquanto Braddy se mostra afoito preso à coleira e caminhando na nossa frente.
De rabo de olho, vejo a Nadine segurando a coleira enquanto admira o Braddy com um sorriso sereno nos lábios.
Sinceramente, estou impressionada com toda a sua dedicação em adotá-lo. Achei que iria facilmente reprová-la, mas ela está se saindo muito bem.
O parque está bem movimentado e a temperatura ideal para se estar aqui. Sol e brisa fresca.
Nadine - Como o Benjamin está?. - Ela quebra o silêncio, mas se mantém focada no Braddy.
Solto um curto suspiro enquanto acompanho seus passos. - Ele ainda está tentando digerir o assunto... Não é uma coisa que se assimila em um dia só!. - Ressalto, compadecida e sentida pelo seu estado.
Nadine - Imagino!. - Suas sobrancelhas se erguem, entregando sua expressão pasma. - E a Helena?. - Seu tom de voz se torna mais tímido e sem jeito.
Úrsula - Não está tão melhor, mas são nessas horas que a gente busca apoio um do outro!. Amanhã, ele vão visitar o cemitério!.
Ambas sentamos em um banco em baixo de uma grande sombra fornecida por uma árvores cheia.
Nadine - Coitados!. - Ela lamenta enquanto trás o Braddy para o seu colo. - As mentes deles devem ter mais perguntas do que repostas... E pensar que eu fiz tanto mal a eles... - Sua cabeça se curva e um leve tom de indignação toma conta do seu semblante. - A você também... Sinto muito!. - Seus olhos azuis e ressentidos me encontram.
Relaxo os ombros diante do brilho do seu olhar penetrante, mas me recomponho ao desviar o olhar para o Braddy. - É coisa do passado!. Não há mais razão para voltar nisso.
Nadine - Eu só quero consertar as coisas... - Ela respira fundo. - Não é mais tão legal ser a garota que todo mundo odeia.
Impressionantemente, consigo enxergar franqueza em suas palavras e expressões.
Úrsula - Algum dia foi legal ser a garota que todo mundo odeia?. - Questiono, curiosa.
Ela dá de ombros ao sorrir de forma torta. - Ah, dava uma certa euforia, mas tudo é tão diferente agora e... Eu só quero ser uma garota normal!. Sabe?. Uma que as pessoas queiram ter por perto!. - Ela sorri para si mesma enquanto viaja pelos seus pensamentos. - Parece tão idiota quando eu falo em voz alta, mas eu não quero ser a velha Nadine!.
Sou realmente tocada pelas suas palavras e me impressiono na hora. - É muito bom ouvir isso!. Mas você nunca vai ser uma garota normal!. Nadine Campbell tem uma personalidade anormal!. É um elogio!. - Sorrio ao lhe dar uma leve cotovelada.
Ela sorri de maneira envergonhada. - Obrigada!.
Viajo pelo seu sorriso e me atrevo a aceitar que ela se tornou uma nova pessoa. Algo inacreditavelmente bom.
Braddy passa a brincar com nós duas, pulando de colo em colo e querendo morder nossas mãos.
Úrsula - Quer saber?. O processo de adoção terminou!. Tenho certeza de que o Braddy estará em boas mãos!. - Ressalto, convicta. - Amanhã você assina o último papel e leva ele para sua nova casa!.
Seus olhos surpresos me fitam e um sorriso incrédulo toma conta do seu rosto. - Sério?. Ouviu isso, Braddy?. - Ela o abraça e o deixa lamber um pouco o seu rosto. - Você vai para casa comigo!.
Sorrio ao ver a forma graciosa com que os dois interagem entre si.
Nadine - Obrigada!. Obrigada!. - Tomada por uma euforia, ela beija a minha bochecha, mas logo congela ao notar o que fez.
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A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]
Adventure* (Livro II de Apenas Uma Aposta) * Quatro anos após o colégio, Benjamin Leblanc cresceu e amadureceu muito com o tempo desde sua adolescência. Sua vocação sempre foi voltada para a arte, levando-o a abrir, enfim, a sua galeria de arte. A vida semp...