Oliver
Com o controle remoto nas mãos, rolo pelos canais da televisão em busca de alguma coisa interessante para assistir. Porém, nada consegue chamar a atenção.
Não lembro a última vez em que assisti um canal aberto, geralmente só tenho visto filmes e programação em streaming. Isso quando eu tinha tempo, o que raramente acontecia na Austrália.
Ouço o barulho da campainha tocando, mas antes que eu me levante para atender, minha mãe surge na sala e se apressa até a porta. Volto a me acomodar no sofá e, injuriado, desligo a televisão e deixo o controle no sofá.
Assim que a porta se abre, vejo a Nadine parada em frente a ela e ao lado de uma mala grande
Ah, não. Ela não!.
Felicity - Nadine, querida!. - Ela a abraça de forma receptiva e demorada. - Como é bom ver você!.
Nadine retribui o abraço e massageia as costas da minha mãe. - Oi, tia. Digo o mesmo!.
Feliciy - Entre!. Entre!. - Ela lhe dá passagem e trás a sua mala para dentro.
Por que ela está aqui e acompanhada de uma mala?. Espero que não seja o que eu acho que é!.
Seus olhos azuis me fitam assim que suas sobrancelhas se erguem e ela acena para mim enquanto mexe os dedos. - Oi, Oliver!.
Estou tão desnorteado com a sua presença duvidosa que não consigo nem respondê-la.
Minha mãe fecha a porta e repousa a mão sobre o seu ombro, mantendo o ar receptivo. - Nadine, o quarto de hóspedes está pronto para você!.
O quê?. Quarto de hóspedes?. Está aí a confirmação de que ela vai ficar aqui. Por que a minha mãe não me falou que a Nadine ficaria aqui?.
Oliver - Você vai ficar aqui?. - Questiono, incrédulo.
Ela assente com um ar sereno. - Vou!. Meus pais viajaram, como sempre, sem me avisar, e a casa está sendo dedetizada!. - Ela tira a bolsa dos ombros e a deixa sobre a mala. - Tia, obrigado por me deixar ficar aqui!. É muita gentileza da sua parte!.
Minha mãe dá uma risada descontraída ao dar de ombros. - Como não deixar, querida?. Somos uma família e essa casa é praticamente sua!.
Nadine se enche de uma estranha ternura com as palavras da minha mãe.
Por que minha mãe precisa ser tão receptiva?. Fingir que não está em casa é menos estressante a longo prazo.
Oliver - Por que você não compra uma casa e sai da casa dos seus pais?. Você tem as condições de uma modelo. - Sondo, indignado. - Tem medo de enfrentar sozinha uma casa empoeirada ou uma louça na pia?.
Ela franze o cenho, descontente com o meu comentário ao revirar os olhos. - Eu estava planejando ver isso, mas meu trabalho estava tomando muito o meu tempo e comprar uma casa exige uma atenção especial!.
Feliciy - Oliver!. Isso lá é jeito de receber a sua prima?. - Seu olhar de reprovação cai sobre mim assim que seus braços se cruzam.
Bufo ao me render ao fato de que isso vai acontecer, eu goste ou não.
Nadine - Tudo bem, tia. É sempre um prazer vê-lo também!. - Um sorriso amassado brota em seu rosto e um semblante de deboche toma conta dela. Ela encara a minha mãe. - Como vai o tio Daniel?.
Ela dá de ombros, sem ânimo. - No trabalho, como sempre!. - Ela bufa, afastando a sua indignação para longe. - Você deve estar com fome. Tem um lanchinho sendo preparado e eu vou pedir para um empregado levar as suas coisas para o quarto. - Ela massageia o seu braço rapidamente e caminha em direção à cozinha de forma bem humorada.
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A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]
Pertualangan* (Livro II de Apenas Uma Aposta) * Quatro anos após o colégio, Benjamin Leblanc cresceu e amadureceu muito com o tempo desde sua adolescência. Sua vocação sempre foi voltada para a arte, levando-o a abrir, enfim, a sua galeria de arte. A vida semp...