Capítulo 21 - Em Carne e Osso

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Seu olhar vidra no meu por alguns instantes, mas dá uma breve chacoalhada com a cabeça. - Oliver? É... Entrega para Felicity Campbell!. - Ele estende as flores.

Pego as flores, intrigado em saber como ele me reconheceu. Através da natação ou do Benjamin?. - Ah, você conhece!. - Afirmo enquanto sondo.

Ele assente enquanto mantém os pés firmes no chão. - É, eu já te vi na revista e na televisão.

Assinto, pensando em como estreitar a conversa em um ponto que me interesse. - Ah, sim!. Eu... Eu te vi na festa Leblanc!. - Semicerro os olhos enquanto finjo que estou puxando pela memória.

- Sou amigo do Benjamin e eu cuidei das flores da festa!. Nick!. - Ele dá de ombros, se mantendo neutro.

Oliver - Entendo, Nick!. Fez um bom trabalho, por sinal!. Vocês se conhecem a muito tempo?. - Tento fingir despretensão.

Ele permanece em silêncio por alguns segundos enquanto tenta ler a minha expressão. - Não me leve a mal, mas isso só diz respeito a mim e ao Benjamin!.

Assinto ao erguer o braço à altura dos ombros, recuando educadamente. - Desculpa, eu não queria ser intrometido, apenas perguntei porque nós estudávamos juntos e...

Nick - Eu já sei!. - Ele me corta, inexpressivo.

Sou surpreendido pela sua fala e me sinto mais tentado em saber do que ele sabe. - Ah, o Benjamin comentou sobre mim?.

Nada de bom, eu presumo!.

Ele cruza os braços ao franzir o cenho e soltar um longo suspiro. - Se quer mesmo saber; ele me contou sobre... Você sabe bem!.

Noto um pequeno tom de desprezo com a sua fala e sua breve olhada de cima a baixo para mim. - Eu imaginei!.

Nick - Entenda o pedido e o aviso de alguém que realmente se importa com o Benjamin; fica longe dele. Ele não precisa de alguém como você por perto!. - Ele adota uma expressão séria e mais imponente. - Ainda mais agora que está tão bem!.

Me mantenho firme ao franzir o cenho. - Quem disse que eu não me importo com ele?.

Nick - Pelo que ele me contou, não foi o que pareceu!. - Ele dá um curto passo em minha direção e se mantém focado em meu olhar. - O Benjamin é uma pessoa excecional e merece ser tratado desse jeito!. Ele tem pessoas que o amam e que estão dispostas a protegê-lo de qualquer mal. Principalmente eu!. - Seu tom de voz está firme, assim como o seu afrontamento.

Me aproximo um pouco mais dele, podendo devolver o confronto. - Isso está parecendo uma ameaça!.

Ele dá de ombros e curva os cantos dos lábios suavemente. - Interprete como quiser. Não vou permitir que chegue perto e que traga mais problemas para a vida dele.

Dou uma curta risada, incrédulo com tamanho afronte. - Não vai permitir?. Por acaso, o Benjamin é a sua propriedade?. Seu brinquedo?.

Ele ri enquanto balança a cabeça de um lado, porém, permanece com uma expressão distante. - Pensa bem no que disse, afinal, foi você quem fez o Benjamin de brinquedo!. - Com o mesmo afronte, ele encara as flores e sorri ao voltar. - Bom gosto para flores!. Boa dia!. - Ele se vira e sai pela porta em passo tranquilos.

Sinto o meu sangue ferver de raiva e deixo as flores na mesinha de centro para que as mesas não paguem o pato pelo que estou sentindo. Sento no braço do sofá enquanto meus dentes rangem e meus dedos se pressionam com o punho fechado.

Quem esse cara pensa que é?. O que ele é para falar assim?. Falando do Benjamin como... Depois de anos, essa foi a primeira vontade que eu tive de socar a cara de alguém. Aquele filho da...

A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora