Capítulo 39 - Um Lugar Não Meu

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Após dirigir sem parar pelas montanhas, paro o carro na imensidão escura da floresta, agora iluminada pelos faróis do carro

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Após dirigir sem parar pelas montanhas, paro o carro na imensidão escura da floresta, agora iluminada pelos faróis do carro. Saio e me aproximo da beira da montanha, onde tenho uma vista ampla da cidade iluminada lá em baixo e sinto uma brisa bater contra o meu rosto.

Esse é o lugar que o Oliver me trouxe quando ainda estávamos... Um lugar só nosso... No fundo, esse lugar não pertencia a mim também. Nem sei o que vim fazer aqui... Eu só precisava ficar longe de todo mundo.

Sento no chão terroso ao cruzar pernas, me permitindo chorar em paz.

Como o Nick pôde fazer isso comigo?. Eu gostava dele de verdade e eu achei que o que sentia valesse alguma coisa... Que idiota!. Parece que eu não sou tão bom em enxergar o mal nas pessoas!. Outro idiota!.

O jeito que ele me olhava... Como falava comigo... Como se percebe quando alguém está sendo sincero, afinal?. Ele merecia muito mais do que um balde de tinta!. Tudo está uma bagunça tão grande... Tantas coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo e eu não consigo administrar. Nick e a Scarlett estão juntos de alguma forma?. Com qual propósito?. Me atingir, é claro!. Mas por quê?. O que importa é que eu não vou ficar parado e deixar que façam o que quiserem. Isso não vai ficar assim e...

Oliver - Benjamin?.

Sua voz me faz despertar e virar o rosto para vê-lo parado em frente ao seu carro que está ao lado do meu.

É difícil vê-lo nitidamente com a baixa luminosidade e a sua posição contra a luz do farol.

Ele se aproxima em passos retraído, provocando perceptíveis ruídos do seus tênis na terra. - Eu... Eu não esperava te encontrar aqui...

Suspiro ao secar as lágrimas. - Eu... Só não sabia mais para onde ir...

Oliver - Tudo bem, sabe... Não é como se esse lugar fosse legalmente meu... - Sua voz tenta ser animadora, mas logo volta ao seu estado recluso. - Você pode ficar quanto quiser... Eu... Eu imagino que queira ficar sozinho...

Benjamin - Pode ficar, não tem problema. - Digo antes que ele dê as costas e volto a encarar as luzes da cidade lá em baixo.

Ele assente e demora alguns segundos até se sentar no meu lado e suspirar de forma discreta, porém, perceptível.

Ficamos em silêncio por incontáveis segundos, deixando apenas que nossas respirações e os ruídos dos galhos das árvores movidos pelo vento sejam ouvidos.

Oliver - Eu queria perguntar como você está, mas não quero se sinta pior por causa daquele... Idiota de merda!. - Ele range os dentes com um suspiro pesado. - Ele merecia...

Benjamin - Esquece!. Eu... Eu estou como qualquer um deve imaginar que eu esteja!. - Dou de ombros, tentando me manter neutro, porém, minha voz entrega todo o ressentimento no peito.

Oliver assente, porém, seu estado de nervoso não o deixa. - Eu só queria bater nele ali mesmo... Mas eu sei que não é isso que você ia querer. - Ele curva a cabeça por alguns segundos e suspira de forma acanhada. - Eu... Estou tão envergonhado...

A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora