Derick me fita com seus olhos cor de mel, se mostrando confuso com a minha presença.
Ele é bem alto, tem uma barba curta e bem feita, cabelos castanhos e aparenta ter cinquenta e pouco anos de idade.
Derick - Eu posso ajudar?. - Ele foca em meu olhar.
Busco manter a neutralidade ao assentir. - Muito... - Sinto um pequeno pigarro na garganta. - Muito prazer!. Sou o Benjamin!. Oliver comentou que o senhor queria falar comigo.
Suas sobrancelhas se erguem e seus olhos brilham assim que ele assente. - Ah, sim!. Benjamin!. Muito prazer em conhecer!. - Ele aperta a minha mão e abre um sorriso receptivo. - Entre, por favor!. - Ele me dá espaço. - Fico feliz que tenha vindo!.
Benjamin - Obrigado!. - Sorrio assim que passo por ele e admiro a sua bela sala; com móveis pretos que dão destaque aos sofás brancos. O local é bem espaçoso e iluminado. Me vejo completamente desnorteado por estar onde eu estou e sinto um pequeno pânico crescendo em mim.
Eu estou dentro!. Eu estou dentro da casa da Jenny!. Depois de anos... Não posso acreditar.
Desperto dos seus pensamentos assim que Derick para ao meu lado. - É uma bela casa!.
Boa escolha, Jenny!.
Derick - Imagina!. Eu agradeço!. É a minha última mudança. Espero!. - Ele dá uma curta risada. - Então, eu queria um lugar ideal para mim e para a minha família!.
Assinto, me atentando a cada palavra que sai da sua boca. - É claro!. Sua família!.
Derick - Então... - Ele passa por mim e se aproxima de uma enorme parede branca perto de uma porta que, por estar entreaberta, percebo ser a cozinha. - Eu estava pensando em cobrir essa parede com algum tipo de arte. - Ele aponta para diferentes pontos da parede. - Algo moderno, não sei bem... Felicity me disse que você é muito talentoso e mostrou algumas das obras que comprou de você. Impressionante, sem dúvidas!. - Ele ressalta ao colocar as mãos na cintura.
Felicity é uma boa mulher e apesar das circunstâncias, me honra saber que ela me enxerga dessa forma.
Sorrio em agradecimento. - Eu tento.
Desde que cheguei, Derick não abandonou o sorriso e a cordialidade. Ele me parece ser um bom homem e talvez não tenha consciência da pessoa com quem está casado.
Ele dá de ombros, mantendo o mesmo sorriso amistoso. - Não seja modesto, você nasceu para isso!. Adoraria conhecer a sua galeria um dia!. - Diz de forma firme e ansiosa.
Assinto, levemente apreensivo com tal comentário.
Minha galeria tem o meu sobrenome. Se a Jenny a ver, certamente vai cair em si de que o filho que ela abandonou não está tão longe quanto ela achava que poderia estar.
Benjamin - É, quem sabe um dia. - Digo, sem jeito, tentando achar algo para desconversar do assunto. - Então, o senhor não tem nenhuma ideia do que quer na parede?. Formas... Abstrato... - Admiro o espaço amplo para uma bela arte.
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A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]
Adventure* (Livro II de Apenas Uma Aposta) * Quatro anos após o colégio, Benjamin Leblanc cresceu e amadureceu muito com o tempo desde sua adolescência. Sua vocação sempre foi voltada para a arte, levando-o a abrir, enfim, a sua galeria de arte. A vida semp...