Capítulo 31 - O Peso de Ser Um Fardo

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Respiro fundo para tentar manter a mente sã, mas o desespero está tomando conta de todo o meu corpo ao sentir alguém tocar nas minhas costas. O suor gelado escorre pela minha testa enquanto eu tento pensar em alguma coisa para dizer.

Pandora - Scarlett?.

Solto o ar por completo ao me virar e dar de cara com a Pandora. - É.. Oi... Oi, querida... - Rapidamente, coloco o quadro de volta e lhe abro um sorriso largo.

Estou completamente aliviada por ter sido surpreendida pela Pandora e não por outra pessoa, uma criança é bem mais fácil de driblar.

Seus olhos castanhos se mostram perdido, mas se mantêm concentrados em mim. - O que está fazendo?.

Scarlett - Eu... - Me ajoelho em sua frente e acaricio seu cabelo. - Eu... Estou limpando aquilo porque eu achei uma aranha. - Arregalo os olhos para passar mais confiança e faço uma cara de assustada. - Uma aranha enorme e medonha!.

Seus ombros se encolhem assim que o medo toma conta do seu rosto. - Ah, eu tenho medo de aranha!. - Ela se apressa em me abraçar.

Acaricio suas costas enquanto me recomponho do susto que ela me deu. - Está tudo bem!. Eu já matei e ela não pode te machucar, mas... - Seguro seus braços e a faço me fitar nos olhos. - Promete que não vai contar para ninguém que mora aqui que me viu perto do quadro, está bem?. - Lhe abro um sorriso largo. - Promete?.

Pandora - Por que não?. - Ela franze o cenho e curva um pouco a cabeça.

Scarlett - Bom... Porque... Ah, não queremos que ninguém continue com medo à toa, não é?. Afinal, o problema já está resolvido. - Pisco para ela e lhe estendo meu dedo mindinho. - Segredo entre primas?.

Ela assente de maneira sorridente e entrelaça seu dedinho no meu. - Sim!.

Scarlett - Isso aí!. - Começo a lhe fazer cócegas, provocando-lhe boas gargalhadas.

Foi fácil enganar a Pandora. Nem quero pensar no que poderia ter acontecido se algum adulto dessa casa tivesse me surpreendido.

***

Nick

Na Cuidados Pet, espero até Layla se distrair enquanto atende alguns pacientes na recepção e me adianto até a sala da Úrsula. Olho em volta após a mesma se encontrar vazia e fecho a porta.

Sua sala é bem espaçosa; com uma mesa grande, quadros, painéis e muitos armários.

 - Não posso demorar, mas como eu vou achar as chaves dela por aqui?. - Abro uma gaveta do armário perto da porta e dou de cara o seu pequeno molho de chaves. A pego e abro um sorriso ao ver a chave do Benjamin. - Olá, sorte!. - Tiro a chave do molho e a guardo no meu bolso para sair da sala sorrateiramente. 

***

Nadine

Desço do meu carro após muito relutar e suspirar, buscando coragem, e me aproximo da estrutura. Enquanto meus passos seguem, me encho de indisposição ao ver o tal do Nick sair pela porta e cruzar o seu olhar com o meu.

Inevitavelmente, nossos passos nos deixam frente a frente e seu olhar me fita com uma expressão franzida.

Noto que os machucados em seu rosto estão bem pouco visíveis, assim como os do Oliver.

Nadine - Ah, é o florista... Ou lutador?. Fiquei em dúvida. - Questiono, sarcástica.

Nick abre um sorriso de canto ao cruzar os braços. - O que veio fazer aqui?. Buscar o Oliver depois da tosa?. Espero que tenha dado um corretivo nele por mau comportamento.

A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora