Capítulo 57 - Voltando Para Casa

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Alguns dias depois.

Passo o braço do meu pai em volta do meu pescoço para ajudá-lo a andar pelo corredor do hospital enquanto seu outro lado é sustentado por uma muleta. Cruzamos a porta de vidro sem muito esforço enquanto já podemos sentir o sol agradável contra a nossa pele.

Meu pai está mancando por causa do impacto que machucou bastante a sua perna direita, mas os médicos disseram que algumas semanas poderiam certamente mudar isso, fora alguns exercícios regulares e outros mais cuidados.

Esse pode ser considerado o atual mais feliz dia da minha vida. Meu pai recebeu alta e está voltando para casa. Voltando para o nosso lado, cheio de vida e disposição.

Richard - Meu Deus, sol!. Quanto tempo!. Eu estava me sentindo um vampiro dentro de um caixão!. - Ele suspira rapidamente conforme seus passos acontecem lentamente. - A gente só sente falta das pequenas coisas quando ficamos sem elas!.

Acho graça enquanto firmo a bolsa que trouxe para ele trocar de roupa e junto forças para auxiliá-lo em seus passos. - Um vampiro que poderia ter sentado na cadeira de rodas para irmos até o estacionamento!. Pesadinho!.

Ele bufa ao contrariar. - Não, não. Cadeira de rodas me apavoram!. Só de sentar em uma já sinto uma sensação estranha. Nem quero imaginar como deve ser ficar preso em uma!. - Ele se mostra perplexo ao encarar sua muleta. - Eu prefiro essa aqui!. Me dá um gás maior!.

Assinto, rindo para não questionar. - Como quiser!. Espero que esse gás se mantenha durante toda a fisioterapia!. Todos nós vamos fazer vista grossa no senhor!.

Richard - Ah, acredite, não vai ser preciso. Aceito o que for para impedir que eu dependa de alguma coisa para fazer o básico na vida. - Seus passos são lentos e cuidados enquanto ele solta uma sutil risada.

Benjamin - Pai... Eu estou muito feliz de te ver indo para casa!. Nada é igual sem você e... Eu fiquei com medo!. - Fito o fundo dos seus olhos, aliviado por tê-lo aqui.

Ele curva suavemente o pescoço para beijar o topo da minha cabeça e abre um sorriso somente com os lábios. - Obrigado, meu filho!. É muito bom estar de volta para vocês!. A minha única família!. É só o que nos basta, não é?.

Assinto, sabendo exatamente a quem ele se refere com essa frase.

Eu expliquei melhor a história da Jenny para ele dias antes dele sair. É claro que, assim como eu, mexeu com o meu pai de uma forma bastante intensa. Expliquei que tudo tinha chegado ao fim, aquele fim que parecia inalcançável, havia, enfim, chegado e com ele veio a possibilidade de deixar por completo o passado no lugar dele. Ele nunca quis se aprofundar mais no assunto, e eu compartilhei da mesma vontade.

Benjamin - A Susan deve estar muito chateada por não ter saído da cirurgia no furão para nos encontrar. - Lamento por ela enquanto avistamos o estacionamento mais a frente.

Richard - É melhor ela ir direto para casa mesmo. Me magoa ver que todos vocês ficaram exausto por causa do que aconteceu comigo. Sou eu quem deveria pedir desculpa para todos. - Ele se mostra injuriado ao bufar.

Massageio suas costas enquanto sorrio com ternura. - Esquece isso!. A família se preocupa e para isso não existe mudança!.

Richard - Falando em mudança... - Ele para de andar ao fitar o Oliver em uma boa distante enquanto está encostado no seu carro e conversando com a Veronica que segura a Pandora no colo. Seus olhos voltam aos meus e suas sobrancelhas se erguem sutilmente. - Parece que o Oliver se mostrou muito presente nesses últimos dias, pelo que você me contou!.

Assinto com um sorriso sem graça e o fito distraído. - Pois é, pai!. Tudo simplesmente foi acontecendo... Nem imagina como ele foi essencial nesse tempo, como eu nunca achei que ele poderia... Ele é o cara que eu amo, pai!. E eu sou o cara que ele ama, dessa vez não tenho dúvidas!. Eu espero que entenda isso.

A Arte Que Me Feriu - Livro II [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora