61 - Whisky e super mãe - parte II

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Segundo as leitoras este é o capítulo mais aguardado do romance, então um salve para quem pretende ler tomando vinho!

Ah a vida, mal as portas do elevador se abrem tia Duda vem na companhia da criatura maligna, os cachos estão desfeitos, provavelmente por ter sido fodida a madrugada inteira por um Jão de pau pequeno, mas pelo menos dessa vez está vestida e espero que tenha escovado os dentes depois de engolir a porra de sei lá quantos caras. 

Mano eu preciso apagar minhas lembranças, não posso viver com essa imagem o resto da vida!

- Fred... - a criatura maligna vem na minha direção, mas dá com uma muralha. Ati coloca-se na minha frente, eu não acredito que estava disposto a entregar meu futuro nas mãos de uma garota que faz uma declaração de amor para depois... - Tia eu preciso falar com Fred!

O porteiro pára, dá um passo para trás, Duda está surpresa e José vem entrando no prédio, o tapa ecoou pelo pequeno hall e fez o tempo parar. Quando, em câmera lenta, Olívia volta o rosto um filete de sangue escorre do lábio inferior.

- Você bateu na minha filha? - Duda vem e não recomendo, minha mãe normalmente bateria num cara o dobro do seu tamanho, mas furiosa? Me mata a Duda e Olívia sem piscar.

- Mãe! - Olívia pede – Pára! - ela não se aproxima, mas olha Ati – Eu mereço tia, eu sei, mas a senhora não vai me impedir de falar com o Fred.

Me escondo atrás da mamãe porque cada vez que a criatura fala meu nome sinto-me pior, eu não acredito que me apaixonei por uma pessoa baixa assim. Ela me escreveu uma carta, me prometeu amor eterno. 

Olívia dá um passo cauteloso na nossa direção, mas quando torna a abrir a boca, sabe Deus que espécie de mentira vai dizer agora, tudo que eu quero é cobrir meus ouvidos, mas ao invés disso dou um passo para trás. Ati desfere um segundo tapa que desta vez derruba a garota no chão, as pessoas que vão entrando na portaria param.

Olívia chora, não sei se é vergonha ou dor, mas tanto faz porque no chão ou no inferno a quero longe de mim. José ajuda a filha a se levantar e Duda coloca-se na frente deles. 

As mães se encaram e permaneço atrás da minha, só quero sair daqui, a imagem tatuada na minha memória é dolorosa demais e nenhuma quantidade de drama doméstico vai me distrair, se eu não odiasse essa família recomendaria que Duda corresse, mas que se foda, quero que todos os Pallaoros se fodam.

- Que direito você tem de bater na minha filha? - Duda pergunta gritando. 

Calada minha mãe dá um passo adiante e toma minha mão direita, tudo que queremos é sair daqui e quero que saiam do nosso caminho, mas ao invés de abrir passagem a mãe da criatura maligna permanece no meio do caminho.

- Sai da nossa frente! - digo com a voz tranquila que não faço ideia de onde veio. Minha mãe vai matar você sua idiota, deixe a gente passar.

- Quem você pensa que...

- Holy shit!

- Mãe! - Olívia grita.

- Holy shit! - levo as mãos à boca porque Ati acabou de dar um soco na garganta da outra. Engasgada a tia Duda tosse com as mãos no pescoço, o rosto vermelho. Claramente minha mãe queria que a mulher se calasse, Duda não falará nada pelos próximos dias.

- Ati, por favor! - José pede, os pães que traziam estão no chão e Olívia de pé atrás dele, o porteiro continua com os olhos vidrados e os vizinhos abriram espaço – eu sei que o que ela fez foi terrível, mas você não pode fazer isso! - José tem a voz contrita, mas firme.

- Tia, a mamãe não tem nada com isso, por favor, eu só quero conversar com o Fred!

A criatura má diz aos prantos, juro que se ouvir sua voz novamente arranco meus tímpanos, ela tenta se aproximar de mim, mas José a barra. Os dois amigos se encaram, olhos verdes contra os de mel, ele não está com medo, mas sabe que terá os braços quebrados se deixar alguém se aproximar de mim. 

FredOnde histórias criam vida. Descubra agora