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- Eu liguei pra Isa e soube que você estava em casa. - quando aproxima-se o suficiente me inclino para os três beijinhos que viram quatro porque acertou um no meu queixo ao invés da bochecha.

- Que bom te ver.

- Eu achava que você não poderia ficar mais bonito – ela diz afagando meu rosto - mas me enganei.

Sorrio meio momento acanhado, amo receber atenção, mas ela dizendo assim com a voz doce e a pele de porcelana japonesa dá até um frisson.

- Aparentemente é a opinião popular, hoje. Obrigada – beijo sua mão – e você continua linda.

Ela sorri, carinhosa, depois brinca com meus dedos que viu serem tatuados. Olívia finge uma tosse e é minha deixa para ser educado, mas nem deveria, ela não merece.

- Aika essa é a Olívia, Olívia essa é a Aika.

As duas trocam um aperto de mão e a italiana oferece uma desnecessária expressão de animosidade, noto que o cara tá agora nos olhando sem disfarçar, mas finjo não perceber e foco nas meninas.

Ambas estão de vestido, pernas de fora, Aika continua magrinha e seus cabelos lisos e pretos estão agora longos, meu, eu tenho um bom gosto do caralho quando se trata de mulher, essas duas juntas...

Suspiro e fecho os olhos impaciente com o rumo dos meus pensamentos, ainda estou com ódio da Olívia, mas reaça que pariu, nenhuma mina consegue superar os cachos e o corpo curvilíneo da italiana, a desgraçada tem tudo que eu amo numa mulher, inclusive altura. 

Tudo não, porque falta maturidade, bom senso, amor, controle emocional e ser São-paulina, resumindo, ela é uma bruxa e eu preciso de água benta, agora.

- Veio me dar um confere ou a visita tem outro motivo? - Pergunto enfiando as mãos nos bolsos e tentando me abster do fato de que tem alguém nos espiando.

Aika sorri, oriental é um povo bonito, né? Não é tímida, nem um pouco, mas seu jeito de sorrir até engana. A Italiana cruza os braços no peito, irritada porque nossa conversa foi interrompida, já eu olho para o pavimento fugindo do decote e do fato de que ela está usando a lingerie pink com a qual a presenteei. É isso, preciso de água benta, tem delivery de água benta?

- Eu e o Frederico saímos e... - Aika começa a explicar.

- Já entendi, eu sei que o Fred saiu com metade de Brasília! - diz me encarando.

Espera, isso foi uma crítica? Eu sempre fui livre, não tenho de dar satisfação do meu passado, além do mais nosso lance acabou porque ela me escreveu confessando que eu era o amor da sua vida, mas dias depois tava numa orgia. Nunca fui machista de querer uma garota sem parceiros, não tem nada a ver com isso. O bagulho é que fui me entregar de coração para uma garota que não pôde esperar quatro dias pela resposta de uma carta pra enfiar na boca um treco que não deve ser do tamanho do meu dedo médio.

Porque eu tô pensando nisso? Eu tô com a Isa, a Pallaoro é passado e pertence ao museu de enganos da minha vida anterior.

Aika dá um riso amarelo e torna para mim apertando no ombro a bolsa de palha que combina com os chinelos. Nunca gostei do jeito que se veste, ela deveria agradecer aos céus por ser bonita, já minha namorada se veste bem, a Isa sabe valorizar cada parte do seu corpo, eu preciso acabar com esse papo, subir e conseguir meu 69, a Pallaoro tem de ir embora e tô cogitando chamar a polícia pois tem alguma coisa de errada com esse cara.

- A Isa me contou que você tem dado aulas de defesa pessoal, e tô precisando me exercitar, mas tinha pensando não somente em defesa, queria que você me treinasse mesmo, funcional e alongamento.

FredOnde histórias criam vida. Descubra agora