13 - Olívia e revelações 🌶️🌶️

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Ati está sentada no enorme sofá da sala, me jogo nos seus braços e coloco suas mãos nos meus cabelos, seu cafuné é mais eficiente do que 13 gotinhas do bom e velho Rivotril. Olívia senta-se no sofá em frente e as duas conversam, procuro me concentrar na voz da mamãe, devagar inalo o perfume de sândalo e canela, relaxo.

Genuína confusão toma conta de mim, outra coisa que aprendi nos romances: na adolescência tudo parece maior do que é. Olho para a mãe e duvido que tenha sido assim com ela, a doutora Furquim deve ter sido a mais massa, tranquila, segura e sábia das minas.

Minha mãe perdeu os pais num acidente de carro exatamente aos 17 anos, reconheceu os corpos e cremou os pais, deixou São Paulo e veio para cá... e eu aqui sofrendo porque uma mina só quer sexo.

Fecho os olhos decidido a pegar no sono, mas José senta-se ao nosso lado, deita um beijo no ombro da amiga e puxa meus cabelos. Mando o tio à casa do caralho e puxa meus cabelos novamente, fico sabendo que meu pai foi buscar breja e que vamos assistir a flamengo e palmeiras torcendo pelo juiz.

Aretha junta-se a nós e deita-se no sofá, ficamos de conchinha dividindo o cafuné da mamãe, pego no sono com o perfume das duas. Acordo sem a mana, a voz doce da mãe avisa que precisa levantar, abraço a almofada e volto a dormir.

Quem sabe se dormir o suficiente não acordo outro, como Orlando*. Sou desperto pela colega machista que estamos tentando salvar, pisco algumas vezes para me convencer de que não é pesadelo, ela sorri contando que Vi a convidou para a festa. Olho em volta, são 18:30 e a sala está cheia de fitas no teto, balões brilhantes, divertidos e cheiro de cravo da índia, claro, vamos comemorar o aniversário da corintiana.

Cumprimento feliz por Vi tê-la adotado, a garota precisa conviver com gente inteligente e sensível, devo perguntar pra mana o nome da garota, não dá pra chamá-la de mina por muito tempo sem chamar atenção.

Depois de duas fatias do melhor bolo de chocolate de Brasília, opinião com a qual os conterrâneos paulistanos concordam, começo a beber, minha mãe está levemente alcoolizada, naquele nível que adoro porque fala um pouquinho mais alto e gargalha o tempo todo. A colega parece mais à vontade, acho que de cara com a quantidade de palavrões que minha mãe solta por segundo, mas tudo bem porque é impossível não gostar da Ati.

A mãe chama a garota para dançar e ela recusa, duas vezes, mas na terceira vai sorridente, Ati faz às vezes de cavalheiro e guia a dama, as duas sorriem e conversam por horas, não faço ideia do quê, mas a mina fala bastante e minha mãe ouve.

 A Ati é boa ouvinte, as pessoas confiam em médicos. Olívia tem os olhos em mim à noite toda e me esquivo para não conversarmos, talvez devesse ter fodido a garota, colocado de bruços e apertado a bunda redonda, não sabia que existia uma parte de mim que não topava sexo em qualquer situação. Hi, other part of myself, it is not a pleasure(1)!

- Me leva lá embaixo? - minha colega de escola pede com a bolsa na mão – deu minha hora.

No elevador me fala o quanto adorou minha família, pergunta se somos sempre assim e diz querer adotar minha mãe, os olhos parecem sinceros.

Não é má pessoa, só precisa entender que ser mulher não é coisa ruim e não deve ser maltratada por isso. Tem motorista e o cara desce para abrir a porta do carro, me despeço fazendo nota mental de convidá-la para a próxima festa, especialmente quando os amigos da mãe vierem.

É tarde da noite quando Olívia entra no meu quarto, sei que não deveria, mas deixei a porta destrancada, a galera dorme com exceção da mãe e o tio José que estão na varanda jogando conversa fora.

Olívia me beija, mas afasto-a, claro que quero sexo, mas desligar essa nova parte de mim tá complicado, porra, explicaria, mas não quero conversa.

Me empurra na cama, tira a calcinha devagar e senta em cima de mim, não sei o que fazer com as mãos, mas quero fazer muitas coisas com a boca, retira a camisa grande, porque é minha, e fica nua. Nua. Nua em cima de mim. Em cima de mim nua. Olívia nua e eu. Eu com Olívia nua. Ela nua. Eu e ela, tá nua.

FredOnde histórias criam vida. Descubra agora