34 - Eu, uma esfinge?

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Hoje nosso boy entra no quarto do pai sem bater, eu sei, Fred não tem educação, mas por causa disso ele e Aretha conversam e a mana mais velha desabafa um tiquinho, são sensações comuns em pessoas adotadas e foi legal escrever o diálogo. Também ficamos sabendo um pouco mais sobre o passado da Ati. Se vc n é fluente em inglês não tem erro pq a tradução tá no final. Mas deixo aqui registrado que filho é filho e irmão é irmão, não importa de onde vieram pois amar é um trem q vem do coração.

- Prazer – Ati diz - A casa é sua Mah, mas o estúdio agora é meu – e sorri indo para a caixa de luvas, escolhe as bandagens marrons e começa a colocar.

- O Fred não me disse que você era tão jovem - diz indo na direção da minha mãe.

- Eu não sou jovem - responde - só pareço - termina de enrolar o punho direito – e velhice é ponto de vista.

- Você não treinou de manhã? - pergunto andando até a Mah e a envolvendo nos meus braços – Alguém te deixou mordida no hospital?

- Altamente mordida! - responde enrolando a outra mão.

- A senhora é linda - Magüta nos interrompe – muito linda.

- Você também - diz para minha ficante que precisa vazar daqui ou vou perder a mina.

- Sabe qual o segredo da sua juventude? - pergunto no ouvido da Mah para a mamãe ouvir - ela mata todo mundo que enche o saco e bebe o sangue.

- Fred! - Mah ralha batendo na minha mão.

- Nah, a tese do Thomas é mais criativa - Ati diz colocando as luvas – agora vaza.

Saímos, na cozinha coloco Mah sobre a mesa e me entrego a doce tarefa de beijar seu pescoço.

- Quanto anos tem sua mãe?

- 49 - digo sem abandonar seu pescoço.

- A cintura dela é fina por causa do bambolê? Porque se for eu vou comprar e rodar esse trem o dia inteiro. E os braços dela? É toda torneada.

- Não é bambolê, ela treina pra caralho - deslizo o nariz sob a pele escura.

- O quê ela come? - pergunta e suspiro desistindo dos beijos.

- Sei lá... pão com mortadela, carne e salada, vinho e cerveja, não tem frissom com comida, sempre come a mesma coisa.

- Conheço sua mãe, só não consigo lembrar de onde, mas os olhos dela... – me informa, mas não tô afim de ter essa conversa.

- Deve ser do bar, gatinha, ela é doida no seu hambúrguer, te falei que frequentamos seu bar há um tempo, né?

- Não é... - diz e seguro os joelhos me colocando entre suas pernas – agora vou ficar com isso na cabeça.

- Vai não... - puxo seus joelhos e faço com que enrole as pernas na minha cintura - Eu já disse que você devia usar amarelo todo dia? parece que nos seus peitos tem meu nome em neon, me chamando - ela sorri e acaricia meus cabelos me deixando beijar o decote.

- Sua mãe é garota da rampa! - merda! - é a garota do Levante de 2020! - merda, merda, merda! me ergo do colo bonito e encaro seus olhos, nunca minto sobre o assunto, mas nossa família tenta não falar sobre. Magüta me afasta e pula no chão – Ati Sales Furquim, claro! - recosto na mesa - Me conta tudo! Como foi? você deve saber de coisa que ninguém mais faz ideia! Eu ouvi dizer que ela matou mais de dez, que sofreu várias tentativas de assassinato e que tinha ido embora do Brasil, eu tinha um professor de história que era ficcionado nos acontecimentos do Levante, nós fizemos vários passeios na esplanada porque ele queria explicar todos os passos da sua mãe e...

FredOnde histórias criam vida. Descubra agora