15 - Tequila com cerveja

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No capítulo anterior Fred pega o caderno de anotações do pai que está sobre a mesa.

"Ontem foi aniversário da Vi, nossa caçula fez 17. Durante o almoço não tirei os olhos da Ati, lembrava do dia, eu tinha acabado de voltar de Presidente Franco e ainda não tinha falado sobre a menina ruiva abandonada, Ati deixou as crianças com dona Lourdes e tínhamos o dia para nós, arranquei suas roupas e transamos na sala, o tapete fofo tinha lápis de cores espalhados. 

O sol da janela batia em cheio na gente e ela subia e descia, eu queria tudo de uma vez, a cada gota de suor que brotava eu pensava em como era casado com a mulher mais bonita do mundo e que o corpo perfeito pertencia a mim, como o meu a ela. Enquanto eu gemia ela dizia as coisas sacanas que não tenho coragem de dizer, mas adoro ouvir. Depois ficamos abraçados, não sei se era o momento, mas contei o que aconteceu e que queria adotar a criança. "

Tá bom", foi o que disse. Abracei minha rainha na certeza de que quando Vi chegasse nosso reino estaria completo. Queria que Vi não tivesse nos magoado como fez no início desse ano, será que também diria que não sou seu pai? nossa caçula é dos três a mais cruel. Depois do almoço passamos o resto do dia juntos e dançamos ao som de Vi Redd, Ati vai ficando mais bonita com o tempo. Minha, minha Ati."


Meu pai escreve. Não é agenda, mas diário de intimidades, pedaço de papel no qual coloca alegrias, mágoas e lembranças, estou surpreso, não faz o tipo de ter diário, mas é a mesma pessoa, o amor que deita em cada olhar está nas linhas, o carinho imenso que tem com a gente está aqui, preto no branco. Fecho o caderno e tomo um gole do whisky. Não sei quanto tempo passou, mas a bolha estoura e é aviso de que estão a caminho, vou para o quarto.

No celular nenhuma mensagem de Olívia, será que joguei a mina nos braços dele? Por que me importo? A garota não quer nada comigo! Deixo o copo na cozinha e vou para a sala esperar a comitiva, preciso aproveitar a nonna, a única dos Pallaoro que vale a pena.

No celular nenhuma mensagem de Olívia, será que joguei a mina nos braços dele? Por que me importo? A garota não quer nada comigo! Deixo o copo na cozinha e vou para a sala esperar a comitiva, preciso aproveitar a nonna, a única dos Pallaoro que va...

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- Precisa de dinheiro? - meu pai pergunta e respondo que não, permaneço na sala aguardando minhas irmãs que terminam de se arrumar. Consegui convencer as duas a me acompanharem sem os encostos dos ficantes, promovidos a namorados sem minha autorização, diga-se de passagem.

Quando as duas saem sei que vou passar a noite batendo em homi, qual a necessidade de se produzir assim pra dançar? Dirijo o carro da Aretha, preciso tirar Olívia do pensamento, faz uma semana e não me escreveu uma linha, sequer respondeu aos meus pedidos de desculpas. 

Quando entramos o cara não pede nossas identidades, não pareço ter menos de 20 e duas gatas como minhas irmãs não serão barradas em qualquer lugar.

Peço uma mesa no canto, mas as duas vão direto para a pista, do bar trago três doses e faço sinal para elas, dois caras se aproximam da Aretha, dá seu sorriso polido de tédio e tenho certeza que elogiaram seus olhos. 

FredOnde histórias criam vida. Descubra agora