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Victoria De Angelis

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Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia

- Victor que decorou. - disse Benjamin, encostado na porta e com os braços cruzados.

Meus olhos passeavam por cada detalhe daquele quarto, a cor roxa predominava as paredes em um tom melancólico e a decoração moderna não deixava a desejar. Sorri ao perceber que ele personalizou tudo ao meu gosto particular.

- Não acredito que ele fez isso... - sussurro sentando na enorme cama redonda que estava ao centro do quarto.

- Seu pai se importa muito com você, Victoria.

Eu custava em acreditar nisso, dois anos sem nenhuma ligação ou mensagem de texto por parte dele. Os anos antecedentes eram ligações com conversas simultâneas toda data comemorativa, principalmente aniversários. Conversas antes iniciadas com "como você está?", "algo importante aconteceu com você?" e "estou com saudades", agora se tornaram apenas ruídos de uma ligação sem outra linha. Sabia que meu pai era um homem ocupado, sempre priorizando o trabalho, mas eu sou sua única filha, eu era a sua prioridade.

Era.

Senti uma pontada aguda no interior do meu esterno, fazendo aquela conhecida dor se espalhar em ondas pelo meu peito. Mordo o lábio, tentando não demonstrar desespero.

Toda vez que pensava demais sobre ele, meus pulmões começavam a recusar o ar, sabia que era a ansiedade gritando para sair outra vez e dar um olá até sentir que era o momento do meu apocalipse.

- Amanhã vamos dar uma pausa nos compromissos, para almoçarmos todos juntos. - Benjamin andou até a janela do quarto, observando a vista - Victor quer apresentar a você algumas pessoas, então é melhor descansar.

- Quem são essas pessoas?

- Pessoas importantes.

Assenti, cansada demais para questionar, me jogando por completo na cama.

(...)

Senti a luz do sol bater contra o meu rosto e o calor aconchegante da manhã pairar pelo meu corpo. Com alguma preguiça, resmungo algumas palavras e cubro meu rosto com o lençol. Escuto uma risada calma e dou uma espiada na figura alta que andava pelo meu quarto. Vejo Benjamin afastando as cortinas da janela.

- Bom dia. - diz se aproximando - Hora de levantar, você está atrasada.

- Você vai mesmo fazer isso comigo, Ben? - digo tirando o lençol do meu rosto e fazendo uma careta de insatisfação para o moreno - Não estou acostumada com esse fuso horário.

Com dificuldade de abrir os olhos pela claridade, encaro o homem parado com os braços cruzados e uma expressão divertida no rosto. Benjamim, novamente, estava vestido socialmente com roupas aparentemente caras. Ele sempre andava tão elegante assim?

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora