Victoria De Angelis
Los Angeles - Califórnia| Rehearsal Room
Eu movia o corpo conforme a melodia e me esforçava ao máximo para não errar nenhuma nota. Georg também tocava ao meu lado, mas sua concentração estava em mim. O garoto cuidava cada movimento que minhas mãos faziam.
Sorri ao finalizar a música com sucesso. Georg encostou seu baixo em uma das cadeiras e bateu palmas, orgulhoso.
- Eu acabei de criar um mini eu. - disse o baixista, me fazendo rir.
- Acho que criou uma versão 0.2, melhorada e mais bonita. - mexo as sobrancelhas para cima e para baixo.
Vejo Georg sorrir e pegar seu celular, seus dedos começam a teclar, provavelmente mandando mensagem para alguém. Forço os olhos, tentando espiar a tela do aparelho, mesmo já desconfiando que seja para algum dos meninos. O garoto guarda o celular no bolso novamente e volta a sua atenção para mim.
- Vamos repassar a música mais uma vez. - ele disse ,pegando seu baixo.
- Tudo bem. - digo, ajeitando a correia do instrumento.
- Tom e Gustav já estão chegando, vamos sincronizar o som com a guitarra e a bateria.
Franzi a testa ao ouvir o nome do gêmeo mais velho, eu não conversava com ele desde a entrevista. Estava o evitando.
- Isso é necessário mesmo? - pergunto, esperançosa.
- Você tem que ensaiar com toda a banda antes da sua apresentação conosco, Vic. - explica Georg, me encarando.
- Que beleza. - bufo.
Escuto a porta abrir e meus olhos vão automaticamente na direção do garoto de dreads que estava com semblante sério, Gustav entra na sala logo atrás e nos cumprimenta.
- Como está a namoradinha da Tokio Hotel? - o baterista brinca.
- Tocando melhor, acredito. - Tom responde por mim, me fazendo erguer as sobrancelhas.
- Estou me saindo melhor que o 0.1 ali. - me gabo apontando para Georg que revira os olhos e ri.
- Se garante tanto assim, De Angelis? - o guitarrista debocha.
- Se bobear toco até melhor que você, Kaulitz. - provoco.
- Monsoon é uma das nossas músicas mais fáceis de tocar, não tenha tanto orgulho de ter aprendido em menos de uma semana. - retruca, irritado.
- Relaxa, Kaulitz. - digo sarcástica - Não vou tomar o seu lugar na banda.
- Nem conseguiria, De Angelis.
- Os amantes já terminaram? Temos que ensaiar. - disse Georg, dividindo seu olhar entre Tom e eu.
Assentimos em silêncio e cada um foi se preparar com o seu instrumento. Preferi ficar longe do gêmeo para não haver mais conflitos, afinal eu estava o evitando.
Gustav faz a contagem batendo suas baquetas para iniciarmos a música e começamos tocando juntos. Estava estranhando a melodia, pois somente com o baixo ela parecia mais profunda, mas a guitarra e a bateria complementavam o som deixando a música perfeita.
Chegando no refrão, vejo pelo canto do olho que Tom estava se aproximando com seu famoso sorriso ladino. Franzi o cenho quando o gêmeo parou na minha frente, deixando sua guitarra próxima ao meu baixo. Encaro Tom, estreitando os olhos para ele e automaticamente seu olhar escurece enquanto sua língua mexia passava pelo piercing. Meus olhos descem para o seu instrumento e posso notar seus braços enquanto dedilhava as cordas. Suas veias saltadas pela pele lisa. Aquilo o deixava extremamente atraente.
Ele estava tão próximo que fez meu corpo estremecer. Comprimo os lábios quando senti meu coração acelerar a cada nota que ele tocava. Não podia deixar Tom me desconcentrar, eu teria que me apresentar na frente de várias pessoas e nada pode me fazer errar, muito menos ele. Então decido entrar no jogo dele.
Vamos brincar, Kaulitz!
Respiro fundo e dou um passo para frente, assim chegando mais perto do garoto de dreads que logo me olha confuso. Eu sorrio maliciosa passando por ele, contornando seu corpo e ficando atrás do mesmo. Os meninos apenas observavam tudo sem entender nada, mas não paravam de tocar.
Me aproximo do seu ouvido e suspiro lentamente, soltando um pequeno gemido só para ele escutar.
- Eu quero que você me beije daquele jeito, aqui e agora... - sussuro roçando meus lábios na sua orelha - Sou toda sua!
Vejo Tom arrepiar ligeiramente e, como consequência, errando brutalmente o acorde. Confusos, os garotos interrompem a música e eu dou de ombros.
- Você fez isso de propósito, Victoria! - disse o guitarrista entre dentes ficando de frente para mim.
- E agora quem é a melhor, Kaulitz? - provoco e sorrio, passando a língua nos dentes.
Tom revira os olhos e me dá as costas.
- Galera, apesar dessa briga desnecessária, o ensaio foi bom. - disse Georg.
- Você foi ótima, Vic. - falou Gustav - Você não, Tom.
O gêmeo arqueou a sobrancelha, fuzilando o baterista que ria brincalhão.
- Talvez na próxima, Kaulitz! - digo divertida.
- Na próxima eu realizo o seu desejo, De Angelis! - provocou de volta.
Reviro os olhos.
Começamos a ajeitar tudo para irmos embora. Os garotos conversavam sobre alguma coisa que eu não prestava atenção, só sabia pensar no efeito que Tom me causava e pelo visto eu tenho esse mesmo efeito sobre ele.
Sem notar, estava sorrindo satisfeita. Percebo o meu reflexo contente no espelho da sala, rapidamente desmanchando o meu sorriso e balançando a cabeça para afastar os malditos pensamentos perversos.
Como o mesmo disse "existe só atração física", então tenho que esquecer isso.
- Vic?
Escuto sua voz ao pé do ouvido e eu estremeço.
- Oi! - digo me virando para encarar o guitarrista.
Percebo que Georg e Gustav já haviam saído, me deixando sozinha com Tom naquela sala.
- Você está bem? - pergunta o gêmeo me analisando.
- Sim. - respondo seca e vou em direção da porta.
- Por que está fazendo isso? - questiona me fazendo encará-lo.
- O quê, Kaulitz? - reviro os olhos.
- Me evitando por motivo nenhum. - diz sério.
- Me desculpa por isso, mas... - respiro fundo - Você só quer mais um caso e eu não.
- Por que você pensa isso, Vic? - Tom pergunta chegando mais perto.
- E eu estou errada? - retruco, arqueando a sobrancelha.
- Nunca descartei que gosto de você ou...
- Ou que só sente atração física por mim. - o interrompo.
Tom só me encara sem dizer nada e eu sorrio fraco ao interpretar a resposta em seu silêncio.
- E pela primeira vez eu não estou feliz em estar certa.
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AFFAIR | Tom Kaulitz
Fanfiction- Você sabe o que dizem. "Se você ama uma pessoa, tem que deixar ela ir, se um dia ela voltar, ela será sempre sua, se não, é porque nunca foi."