Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
FLASHBACK ON
Victoria De Angelis
Mexico City - Mexico | 28th September 2007 | 22:00
- Victoria?
Tom aparece ao lado de Georg com uma expressão preocupada. Sem conseguir me comunicar, tento puxar ar com desespero e falho miseravelmente no processo.
Aterrorizada, caminho depressa até a parte de trás da plataforma de Gustav, onde ninguém poderia me ver. Meus pulmões começam a queimar e a dor no meu esterno aumentar. Inconscientemente, agarro o tecido que cobria o meu peito e o puxo para frente, rompendo algumas costuras da roupa.
Victoria, sua idiota, isso não vai ajudar!
Frustrada, puxo os cabelos para trás. Retiro a correia que prendia o baixo e coloco o instrumento de lado.
Fecho os olhos com força e tento iniciar alguma técnica de respiração e concentração. Branco. Eu não lembrava. Minha mente parecia bloquear qualquer memória que eu estivesse precisando e só mostrava as lembranças mais problemáticas da minha vida.
Respire fundo.
Duas mãos seguram o meu rosto e lábios macios se chocam com os meus. O beijo não passou disso, apenas um demorado encostar de lábios. Os seus dedos passam suavemente em círculos pelas minhas bochechas, deixando carinhos delicados sobre a minha pele. Involuntariamente, sinto os meus músculos relaxarem e os meus sentidos voltarem devagar. Abro os olhos e vejo uma imagem que partiu o meu coração. Tom me beijava de olhos fechados com a expressão mais agonizada que já vi. Um lágrima solitária escorrega pela minha bochecha e ele quebra o contato.
Sinto o ar entrar facilmente pelas minhas narinas e me preencher com oxigênio.
- O que aconteceu, amor? - ele pergunta enquanto seus olhos avaliavam o meu rosto com aflição.
- Desculpe. - murmuro - Eu estou bem.
Desvio o meu foco para as duas figuras loiras paradas no backstage. Meus pais pareciam perdidos um ao lado do outro.
- Victoria, o que você estava...
- Já disse que estou bem. - o interrompo exasperada e volto a encará-lo - Preciso ir para o backstage e você precisa voltar para o show.
O gêmeo ergue uma sobrancelha, confuso, mas acaba assentindo.
- Ok.
Murmuro um agradecimento para o garoto e corro em direção ao backstage.
Rapidamente, avanço até minha mãe e lanço os meus braços ao redor do seu corpo frágil. Sem demora, ela me abraça com força, como se fosse a última vez que nos veríamos na vida.
- É tão bom ver você, mãe. - digo mergulhando o rosto em seus cabelos loiros.
- Eu estava com tanta saudade, querida. - ela esfrega sua mão pela extensão das minhas costas.
